A grande mártir Santa Eufêmia sofreu o martírio na cidade de Calcedônia, no ano 304, sob a perseguição movida contra os cristãos pelo imperador Diocleciano, e um século e meio depois sua intervenção miraculosa se fez sentir no IV Concílio Ecumênico de Calcedônia, em 451.
As reuniões deste Concílio se realizaram na igreja em que repousavam as relíquias da santa, e a questão tratada era a heresia monofisita, que afirmava haver uma só natureza em Jesus Cristo, a divina, contra o ensino da doutrina ortodoxa, que afirmava a dupla natureza, humana e divina, do Senhor. Após longos debates não se chegou a um consenso. O santo Patriarca de Constantinopla, Anatólio, propôs, então, que se recorresse à intercessão da santa mártir, cujas relíquias ali estavam. Cada grupo escreveu sua confissão de fé e, aberto o túmulo de Santa Eufêmia, as depositaram sobre os restos mortais da santa, que foi lacrado e guardado por ordem do imperador Marciano, e durante três dias todos se dedicaram à oração e ao jejum. Findo esse período de tempo o túmulo foi reaberto na presença do Patriarca e do imperador e de membros do seu conselho, e encontraram o texto com a profissão de fé ortodoxa (das duas naturezas) na mão direita de Santa Eufêmia, o outro texto (da heresia monofisita) estava a seus pés. Após esse milagre muitos passaram a crer na dupla natureza de Cristo, e os que permaneceram na heresia foram excomungados. As relíquias da santa foram, posteriormente, trasladadas para Constantinopla, para uma igreja recém construída e a ela dedicada.
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