quinta-feira, 1 de julho de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Uma fé que restaura”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
O Grande domingo.
 
Celebramos o tempo pascal. Santo Atanásio chama este tempo de um grande domingo, pois tem por finalidade prolongar o domingo de Páscoa por 50 dias. É um tempo de aprofundar o mistério de Cristo Ressuscitado. O evangelho narra-nos o primeiro encontro de Jesus com os discípulos depois da Ressurreição. Mostra-lhes as mãos e o lado. Ele é o Crucificado que agora vive. Esse primeiro encontro com Cristo é já a entrega do Espírito: “Recebei o espírito Santo” (Jo 20,22). O dom do Espírito tem como finalidade o perdão dos pecados. Cristo restaura pelo seu Espírito as separações existentes no coração. 
Missão da Igreja. 
A Igreja encontra nesta primeira aparição, sua missão: fazer presente no mundo a força restauradora de Cristo em comunhão com Espírito. Ela continua a presença e a missão de Jesus que está sempre a trazer a todos o mundo novo a partir de um coração renovado pela fé nEle que dá o Espírito para o perdão dos pecados. Ela é perita em restaurar. Podemos ver este fato na primeira leitura, quando os apóstolos realizam sinais maravilhosos (At 5,12-16). Quando falamos de Igreja, não podemos nos esquecer de que é a comunidade dos fiéis unidos pelos laços da fé em Jesus. É fruto da ressurreição. Esta comunhão de vida é já o resultado da missão do Espírito de reconciliar. Esta comunidade tem o dom de perdoar e de reter o perdão, isto é, não permitir que o mal se propague com feições de bem. A grande certeza desta comunidade é o conhecimento da presença de Jesus, o Senhor, aquele que estava morto e agora está vivo para sempre (Ap 1,19). Sua presença é o conteúdo do anúncio que faz esta comunhão de fiéis. É preciso chegar ao núcleo da comunidade que é o Espírito que a cria. 
Fé que cura. 
Tomé duvidou, mas, instado por Jesus para tocar com sua mão o lugar dos pregos, professa a fé: “Meu Senhor e meu Deus”! (Jo 20,28). Jesus louva-nos porque nós acreditamos sem precisar ser um S.Tomé que precisa ver para crer. Nós cremos sem ver. Jesus faz sinais (milagres) para que acreditemos. A fé que temos continua a mesma exigência de transformar nossa vida cristã, numa atitude concreta de mostrar maravilhas (não milagres) que são atitudes que levem à fé. Esta atitude é uma vida entregue para a cura de todos os males que existem diante de nossos olhos. Sem isso ainda não entendemos nada sobre fé. Quando vemos a prática da piedade da Igreja, podemos constatar que se procura uma bela espiritualidade e uma bela participação na Igreja. Mesmo assim a descrença campeia. O que vai convencer o mundo é a capacidade transformadora e curativa que a Igreja possui. Não pretendemos fazer milagres como Jesus fez, se bem que ele prometa que faremos milagres maiores do que Ele fez. Estes milagres têm como característica criar condições para um mundo melhor, mais fraterno e mais aberto a que todos tenham vida. Podemos fazer milagres físicos e espirituais, mas os maiores são os milagres morais. Mudar o coração humano. 
Leituras: Atos dos Apóstolos 5,12-16; 
Apocalipse 1,2-19; João 20,19-31) 
Homilia do 2º Domingo de Páscoa (18.04) 
EM ABRIL DE 2004

Nenhum comentário:

Postar um comentário