terça-feira, 6 de julho de 2021

EVANGELHO DO DIA 6 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 9,32-38. 
Naquele tempo, apresentaram a Jesus um mudo possesso do demónio. Logo que o demónio foi expulso, o mudo falou. A multidão ficou admirada e dizia: «Nunca se viu coisa semelhante em Israel». Mas os fariseus diziam: «É pelo príncipe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São John Henry Newman(1801-1890) 
Teólogo, fundador do 
Oratório em Inglaterra 
Sermão «Invisible Presence of Christ», 
«Sermons on Subjects of the Day»,n.°21 
«Ao ver as multidões, encheu-Se 
de compaixão, porque andavam fatigadas 
e abatidas, como ovelhas sem pastor» 
Olhai em volta, meus irmãos: porque há tantas mudanças e lutas, tantos partidos e seitas, tantos credos? Porque os homens estão insatisfeitos e inquietos. E porque estão eles inquietos, cada um com o seu salmo, a sua doutrina, a sua língua, a sua revelação, a sua interpretação? Estão inquietos porque não encontraram; tudo isso ainda não os levou à presença de Cristo, que é «alegria e delícias eternas» (Sl 16,11). Se tivessem sido alimentados pelo pão da vida (cf Jo 6,35) e provado do favo de mel, os seus olhos ter-se-iam tornado limpos, como os de Jónatas (cf 1Sam 14,27), e teriam reconhecido o Salvador dos homens. Mas, não se tendo apercebido destas coisas invisíveis, têm de continuar a procurar e estão à mercê de rumores longínquos. Triste espetáculo: o povo de Cristo errando pelas colinas «como ovelhas sem pastor». Em vez de O procurarem nos lugares que Ele sempre frequentou e na morada que Ele estabeleceu, avêm-se com projetos humanos, seguem guias estranhos e deixam-se cativar por opiniões novas, tornando-se joguetes do acaso e do humor do momento, e vítimas da sua própria vontade. Estão cheios de ansiedade, de perplexidade, de inveja e de preocupações, e são agitados e «levados por qualquer vento da doutrina, pela malícia dos homens e a sua astúcia, a extraviarem-se no erro» (Ef 4,14). Tudo isso porque não procuram «um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos» (Ef 4,5-6) para nele encontrarem «descanso para o espírito» (Mt 11,29).

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