PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
A liturgia quaresmal tem 3 esquemas A.B e C. No ano B, isto é, neste ano, tratamos das alianças de Deus e do caminho da glorificação de Cristo. No 1º domingo temos as tentações, no 2º temos a Transfiguração, meta de todos a partir da Ressurreição de Cristo que se atua em nós pelo batismo. Depois temos 3 domingos nos quais caminhamos com Jesus pelo caminho da Redenção.
O primeiro domingo apresenta-nos Jesus, homem como nós, sendo tentado no deserto. Como sempre, a Palavra de Deus faz-nos conhecer nossa realidade. Tudo que há em nós, aconteceu também em Jesus. Somos tentados, Ele foi tentado também e bem tentado. Marcos não apresenta, como Mateus, a descrição da tentação. Ele foi tentado sempre e por todos os modos. Por que tentado? Porque carregou sobre si nossas dores (Is 53,4). A provação da tentação já não é uma grande dor? A tentação de Cristo não foi um faz de conta. Foi extremamente real. Quando se fala de 3 tentações é para dizer que nelas estão condensadas todas as outras. “Se Cristo não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação”, diz S.Agostinho.
Você sofre tentações e, às vezes, muito fortes. Mas ninguém é tentado acima de suas forças (1 Cor 10,13). Quando Cristo era tentado, diz S.Agostinho, nós éramos tentados nEle, com Ele. Mas com a vitória de Cristo, nós somos vitoriosos nele. O que é a tentação? A tendência ao mal, que permanece em nós depois do pecado, se transforma em momentos concretos que nos estimulam a nos desviar do caminho, recusar o Cristo e o irmão. Mas a tentação é boa, pois tem uma finalidade muito simples. S. Agostinho escreve: “Com efeito, nossa vida na peregrinação deste mundo não pode estar livre de tentações, pois nosso progresso se realiza através dela e ninguém pode conhecer a si mesmo sem ter sido tentado. Ninguém pode vencer sem ter combatido, nem pode combater sem ter inimigo e tentações”. Somos vencedores com Ele. A vitória vem pela fraternidade e pelas obras que na Quaresma são a esmola, a oração e o jejum. E dentro da Campanha da Fraternidade, cuidemos para que a tentação de neglicenciar os anciãos fora não domine nosso coração.
(Leituras: Gênesis 9,8-15;
1 Pedro, 3,18-22; Marcos 1,12-15)
Homilia do 1º domingo da Quaresma (9.03)
EM MARÇO DE 2003
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