PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Seja por um motivo ou por outro, a realidade é a mesma: o Filho de Deus eterno entrou em nossa história humana, tomando carne no seio da Virgem Maria, a jovem de Nazaré, noiva de José. Deus, no seu eterno amor, quis dar, a todos os homens e mulheres, a participação de sua vida e sua divindade. Por isso foi concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria. A encarnação de Jesus não foi somente para recuperar o mundo do pecado, pagar o pecado do homem, abrir um caminho de salvação. Sim, mas não só. Por que se encarna o Verbo Filho de Deus? Para manifestar o amor e atrair ao amor. S.João diz: “Deus amou de tal modo o mundo que enviou seu Filho”(Jo 3,16). Completa Oseias “Atraí-os com laços de amor”(Os 11,4). Santo Afonso, falando da encarnação, vida e morte sofridas de Jesus, diz que em Deus não faltou nada para nos provar seu amor.
Esta encarnação, não somente um belo presépio, é um mistério que envolve nossa toda vida. Este envolvimento não depende de uma religião que eu viva, mas depende da imensa gratuidade de Deus que nos amou quando ainda éramos pecadores: “Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores”(Rm 5,8). S.Afonso diz que o nascimento de Jesus é amor, pois foi concebido pelo Espírito Santo que é o amor. Este amor de Deus que se encarna realiza o “grande comércio” como reza a missa de Natal: damos nossa humanidade para o Filho se encarnar e Ele nos dá assim a divindade. É o matrimônio de Deus com a humanidade.
Em contrapartida, recebendo esta “invasão de Deus” em nossa natureza, participamos do dinamismo de seu amor. O amor torna-se o modo de viver daqueles que querem, mesmo inconscientemente, corresponder ao amor de Deus. A encarnação inicia um tempo novo para o mundo: tempo de acreditar na força do amor e viver esta força, pois foi este modo de vida do Filho de Deus veio ao mundo para “tivéssemos vida e a tivéssemos em abundância” (Jo.10,10). Nossa grande profissão de fé é esta: “O verbo se encarnou e habitou entre nós; nós vimos sua glória” (Jo 1,14).
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM MARÇO DE 2003
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