PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Certamente nem todos podem estudar, e mesmo ler os livros santos. Mas o pouco que se ouve, sendo digerido espiritualmente, tem o mesmo efeito. Se eu leio e reflito só com a inteligência humana, não vou tirar o proveito necessário. Mas se tenho também a inteligência da fé, o proveito vai ser muito grande. Esta é a maneira de viver a Palavra que nosso povo iletrado ou ocupado possui. Isso não quer dispensar o estudo ou desconsiderar a necessária erudição humana.
Continuando a falar de Francisco, S. Boaventura diz “que Francisco tinha o dom da compreensão da Escritura, uma vez que escrevia a verdade em todas suas obras, pois era um imitador perfeito de Cristo uma vez que tinha em si o Autor da Palavra e era cheio do Espírito Santo”. Santo Afonso, grande intelectual, não passava um dia sem ler um trecho da Palavra de Deus.
Não é necessário ter um conhecimento total da Escritura para se tirar proveito. Por um pequeno texto entramos em todo o conjunto, não tanto do texto, mas da Verdade, pois estamos em contato com o autor que é o Pai que revela pelo Filho e no Espírito abre nossas inteligências. Deste modo podemos entender que o povo, sobretudo o desprovido de estudos, tem condições plenas de ser cheio da Palavra de Deus. Tendo ouvido ou se aproximado da Palavra, continua com ela no seu coração e vai “ruminando” ou melhor, como Maria guardava todas aquelas coisas, meditando-as no seu coração.
De onde retirar o texto para ser “ruminado”? Primeiramente lendo ou ouvindo. Na Sagrada Liturgia nós temos 90% de toda a Escritura. Sempre podemos estar ouvindo algum texto. As explicações e homilias podem nos ajudar a pegar uma pontinha para pensar e rezar. Outro modo de ruminar a Palavra é observar os acontecimentos de nossa vida e da vida do mundo e pensá-los comparando com o que a gente reflete sobre a Palavra de Deus. Não basta ficar repetindo frases, é preciso deixar que penetrem nossa vida e sejam vida para a vida do mundo.
Não deixemos de ler, pois, alguns minutos sempre nós podemos encontrar para ler a Palavra. Fazemos tantas coisas inúteis, por que não fazer uma útil? Não leia muito, leia sempre.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM SETEMBRO DE 2002
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