quinta-feira, 26 de novembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Meus pensamentos não são os vossos pensamentos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
(Ao lado o sempre estimado diretor
PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO
Missionário Redentorista)
Jesus,
continua a formar seus discípulos para viver a vida do Reino. Como Jesus era apaixonado por seu Pai, quer colocar em tudo o jeito do Pai. É gostoso ver como tinha “orgulho” do Pai. Ele sempre fala dEle com carinho. Parece um menino que diz: “meu pai é assim! Ele faz assim”. Nisso se sente grande porque o Pai é grande. Jesus mostra que somos maus porque não sabemos fazer como faz o Pai. 
Entremos então no cerne da parábola! No Reino de Deus, quem tem a administração é o Pai generoso, não os estreitos ditames de nossa economia mesquinha. Deus Pai é aquele que convida a todos a trabalhar na sua vinha. Ele paga o justo, e mais que o justo, o abundante. Deus se explica não pela justiça, mas pela abundante misericórdia. Assim podemos entender Isaias que nos joga à face o fato de pensarmos diferente do Deus que ele conhece. Nosso modo de pensar não é o mesmo de Deus. Nossos caminhos não são os mesmos dEle. Nossos pensamentos não são os mesmos de Deus, pois nos enquadramos por uma justiça quantitativa não por uma justiça de abundante misericórdia e generosidade. Deus não nos mede, doa sem medida. 
Meu viver é Cristo! A vida cristã existe, quando existe o viver em Cristo. Sem isso é tudo fantasia e vazio. Esta frase da epístola aos Filipenses mostra como Paulo está impregnado deste espírito do Evangelho. Para ter os pensamentos de Deus e ter os seus caminhos, é necessário estar unido a Cristo. Como o salmo canta, “Ele é misericórdia e perdão. É bom para com todos. Sua ternura abraça todas as criaturas” (Sl 144). Este é o pensamento de Deus, este é o caminho de Deus. Por ele nós somos capazes de ter a justiça de Deus. “Vivei à altura do Evangelho de Cristo”. Para atingir esta altura, não precisamos sair de nossa realidade, de nosso dia a dia. É na vida concreta que vamos discernir como ser misericordiosos e abundantemente generosos. A medida é o amor concreto e acolhedor que temos pelos outros. Esta é a altura de Cristo. 
O Profeta reclama que não pensamos como Deus. Para pensarmos como o Pai, necessitamos partir da generosidade para com todos, sobretudo com os da última hora. Vemos isso na vida da comunidade. Os “bons” cristãos, quando vêem chegando à igreja novos membros, não aceitam que tomem parte da vida da Igreja com responsabilidades, com liderança. Querem eles dominar sempre. São os resmungões: “como é que esta gente está chegando agora e tem mais poder na comunidade do que nós que já estamos há tantos anos e temos nosso jeito de agir? Sabemos o que é bom”. O Pai sabe de outro modo. Vamos ter este pensamento de Deus, quando passamos a viver em Cristo. 
A Palavra de Deus deve transformar-se em vida e não ser somente uma leitura espiritual. 
(Leituras: Isaías Is 55,6-9; 
Filipenses 1,20c-24.27a;Mateus 20,1-16a)
Homilia 25º Domingo do Tempo Comum 
Em setembro de 2002

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