PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Deus que nos convida
Celebrando a festa da Santíssima Trindade não estamos diante de um mistério impossível de se conhecer, mas possível de comunhão e maior compreensão. Deus não é complicação. Deus não Se revelou para mostrar sua grandeza, mas sua abertura. Sua simplicidade nos deixa confusos. Como pode Deus ser tão simples a ponto de se manifestar e abrir-se à participação de sua vida? Para levar a pessoa humana à compreensão de sua realidade, não nos deu uma lição, mas sua mão, dando-nos a Palavra Eterna, o Filho Bendito. Com o Espírito Santificador nos revela seu mistério e nos acolhe como participantes de sua vida. A liturgia procura inculcar o respeito, a adoração e o sacro temor que não tira a proximidade. Felizes, podemos acolher o chamado e corresponder a seu projeto de amor. Na Trindade Santa há três Pessoas Divinas, mas um só Deus. A unidade não se faz por soma das Três Pessoas. A unidade vem da intensidade do amor que os une a ponto de serem uma só pessoa. Se no matrimônio podemos dizer: “e os dois serão uma só carne” pela força do Sacramento, mais ainda serão um só pela força de unidade que se expande até nós. Nas obras que chegam a nós, como criação, redenção e santificação age particularmente uma Pessoa Divina, mas age na união das Três Pessoas. Por isso dizemos: Ao Pai, no Filho, pelo Espírito Santo. Na criação do mundo a Palavra Eterna, o Filho, está com o Pai, como uma criança que brinca no globo da terra e se alegrava em estar com os filhos dos homens (Pr 8,30-31). Os sofrimentos são suportados como vitória de nossa segurança no Espírito Santo permanece no amor derramado em nós.
O Espírito vos conduzirá
Poderemos tranquilizar o coração quanto à nossa fragilidade em viver esse sacrossanto mistério, pois o Espírito nos conduza, como disse Jesus: “Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que Ele receberá e vos anunciará é meu” (Jo 16,15). O Espírito não anuncia um Evangelho diferente, mas é a continuação do próprio Jesus, pois há a distinção das Pessoas Divinas e unidade na ação. Não há mistério na ação do Espírito, uma vez que Ele é o mestre e educador. Ele nos conduz à verdade plena (13). Nossa fragilidade não se mede por conhecimento, mas pela participação na vida do Espírito. Não dependerá de nós como autores do bem. É Ele que educa nosso coração para termos a inteligência do amor. Nem sempre sabemos explicar o que cremos com palavras humanas, mas as palavras santificadas pelo amor explicarão ao nosso coração. Somente o amor do Espírito pode ensinar nosso coração: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Contemplando as estrelas
O salmo 8 torna-se um evangelho que não foi anunciado por palavras, mas inscrito no universo. Como podemos compreender a grandeza do ser humano diante de tudo que existe? A natureza maravilhosa é caminho para Deus, e nos convence sobre a grandeza do ser humano que mesmo pequenino e insignificante é reconhecido por Deus com grandiosidade: “Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor. Vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes” (Sl 8). Deus confia ao homem o Universo. Pode assim, ser o continuador da missão de criar e conservar o mundo. Na Eucaristia nós realizamos o louvor, mas recebemos a participação na comunhão com Deus.
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