Evangelho segundo São João 7,1-2.10.25-30.
Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte.
Estava próxima a festa dos Tabernáculos.
Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo.
Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar?
Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos de onde é este homem, e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é».
Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis.
Mas Eu conheço-O, porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou».
Procuravam então prender Jesus, mas ninguém Lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a sua hora.
Tradução litúrgica da Bíblia
São João Paulo II (1920-2005)
papa
Encíclica «Dives in Misericordia» § 8
«Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou!»
O mistério pascal é Cristo no topo da revelação do insondável mistério de Deus. É então que se cumprem plenamente as palavras proferidas no Cenáculo: «Quem Me vê, vê o Pai» (Jo 14,9). Com efeito, Cristo, que o Pai «não poupou» (Rom 8,32) a favor do homem, e que, na sua Paixão e no suplício da cruz, não foi alvo da misericórdia humana, revelou na sua ressurreição a plenitude do amor que o Pai tem por Ele e, através dele, por todos os homens. «Não é Deus de mortos, mas de vivos» (Mc 12,27).
Na sua ressurreição, Cristo revelou o Deus do amor misericordioso, precisamente porque aceitou a cruz como caminho para a ressurreição. É por isso que, quando evocamos a cruz de Cristo, a sua Paixão e a sua morte, a nossa fé e a nossa esperança se fixam no Ressuscitado: em Cristo que, «na tarde desse dia, o primeiro da semana [...], veio pôr-Se no meio dos discípulos» no Cenáculo, onde «eles se encontravam [...], soprou sobre eles e disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos"» (Jo 20,19s).
Eis que o Filho de Deus, na sua ressurreição, teve a experiência radical da misericórdia, isto é, do amor do Pai, mais forte do que a morte. E é o mesmo Cristo que [...] Se revela como fonte inesgotável da misericórdia, do amor [...] mais forte do que o pecado.
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