domingo, 28 de abril de 2019

O REI E O SEU PAJEM

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
Certa ocasião, quando o rei que estava caçando com seu pajem, machucou-se fazendo uma ferida no braço. Muito sensível à dor, começou a queixar-se de modo escandaloso. O rapaz aproximou-se para consolá-lo dizendo: 
- “Meu rei, trate de se tranquilizar e não reclame contra Deus por causa dessa desdita que lhe sucedeu. Às vezes não sabemos exatamente o que Deus quer de nós. Muitas coisas que para nós são más, conforme o plano de Deus acabam sendo boas.
- O quê? - respondeu o rei- Estás me dizendo que o que aconteceu comigo é algo bom? Como te atreves a dizer isso? 
O rei se enfureceu e castigou seu empregado, atirando-o numa cisterna. Os queixumes do rei chamaram a atenção dos aborígenes desse lugar que, acudindo em segredo, capturaram-no e o levaram ao chefe da tribo para oferecê-lo em sacrifício ao seu deus. O carrasco da tribo, encarregado de revistar as vitimas para o holocausto, ao cumprir sua tarefa, declarou-o inapto para o sacrifício, pois o rei tinha um ferimento no braço. A integridade física da vítima era uma condição necessária para o sacrifício. Então o rei compreendeu que seu pajem tinha razão. Livre do holocausto, correu imediatamente até a cisterna e tirando o empregado, disse: 
- Tinhas razão. Peço-te perdão pela injustiça que cometi contigo. 
Lição: Há males que vêm para bem. Os pensamentos de Deus não são como os nossos pensamentos.
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