PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
1906.
Dois caminhos e uma meta
Os
bons artistas não saem de cartaz. É o que vimos na comemoração de S. Pedro e S.
Paulo. Esses dois homens, há 20 séculos, estão com o mesmo vigor. São mestres
que estimulam a viver bem a vida cristã. Louvamos Deus pelo bem que fez neles e
por meio deles. Louvamos porque corresponderam com força à graça de Deus. É um
caminho a ser imitado. Que bom que podemos ler em sua mensagem de vida caminhos
para a Igreja. Caminhos que se completam. Evangelizando mundos diferentes, com
métodos diferentes, trabalham sobre o mesmo fundamento: Cristo. Vem-me à mente
uma lição bonita: na história encontramos maior insistência na unidade dos
métodos secundários que duraram séculos do que no fundamento que é Cristo.
Paulo e Pedro trazem símbolos: Pedro a chave e Paulo a espada e o livro. As
chaves sempre deram a idéia do poder. Este tem que ser visto não como um poder
social, temporal e autoritário. Quem tem a chave, é o que manda, pensamos nós.
E a ele se serve e cultua. Mas esse poder das chaves Jesus o entende por poder
como serviço. O poder é muito procurado. O serviço, nem tanto. A força do poder
está no poder de servir. Pedro, homem
simples, ensinou a partir de sua experiência com Jesus. Paulo, homem culto,
ensinou com sua reflexão e com seu amor a Jesus Cristo. Trabalhando em campos
diferentes e com mentalidades diferentes, souberam passar o mesmo Evangelho e
não a si mesmos. A espada de Paulo significa seu combate pelo Evangelho. Não
tinha medo e enfrentava todo tipo de perigo e inimigo.
1907.
Novos caminhos
É impossível imaginar como foi
historicamente o início da evangelização. Temos certa idéia romântica sobre esses
primeiros tempos. O cristianismo, como dizia Jesus sobre o Reino, é como a
semente que cresce silenciosamente e a gente não vê. Árvore de cerne cresce
devagar. Para essa evangelização os dois apóstolos foram capazes de abrir novos
caminhos. Mas a árvore só cresce se tem ramos novos. Não basta só ter cerne. O
cristianismo, saído do judaísmo teve que abrir estradas entre os judeus. Foi
muito difícil. Paulo foi perseguido pelos judeus e pelos judeus que eram
cristãos e não admitiam os pagãos. Pedro, mesmo continuando a pregação aos
judeus, teve que abrir caminhos para acolher os pagãos, o que era um absurdo
diante do mundo judaico. Justamente aqui podemos aprender a força da espada. Coragem
de abrir caminhos. Ficamos em volta de nossas igrejas, até vazias, e não
abrimos caminhos novos. Os tempos são outros e exigem o poder de abrir e a
espada para lutar para levar a fé a tantos lugares, sobretudo para nós mesmos.
Esse é o ensinamento do Papa Francisco.
1908.
Força de evangelização
Sabemos que o Reino tem uma força
própria e não depende só de nosso esforço e criatividade. Às vezes vemos
mudanças na vida religiosa do povo que não têm explicação. É o Reino que se
desenvolve. Assim a evangelização que, mesmo parecendo que esteja decaindo,
sabemos que a fé se tornou mais opção pessoal que uma cultura. Como podemos
entender que homens tão simples como os apóstolos, tiveram uma força de
evangelização tão grande. Podemos dizer que outras religiões também crescem. Se
crescerem na justiça do Reino, é evangelização. Se não é outra coisa. A torcida
de um time cresce também. Mas não é especificamente o Reino. Não podemos deixar
de fazer nossa parte como Pedro e Paulo fizeram. Creram em Jesus e partiram
como do nada para anunciar Jesus e seu Reino. Não podemos deixar de fazer nossa
parte. Deus quer nossa parte.
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