O
nome Páscoa tem uma origem discutida. Em aramaico o termo é pasha. Em hebraico
é pesah que significa uma dança cultual, ou um fenômeno de astronomia, sempre
dando a noção de passagem e de salto. A partir do livro do Êxodo 12,13.27, a
palavra está relacionada com o fato que Deus “passou poupando” os primogênitos
dos hebreus, enquanto eliminava os
primogênitos dos egípcios. O anjo exterminador saltava as casas que tinham o
sangue dos cordeiros pascais passado nos umbrais e nos portais das casas dos
hebreus. Vemos novamente o sentido de passar adiante. O termo páscoa (pesah),
na bíblia, é usado tanto como a festa, como o animal sacrificado, por exemplo,
sacrificar o cordeiro pascal. A origem da festa se perde na história da
humanidade. A opinião mais comum é que a festa da páscoa tem uma origem
antiqüíssima já celebrada pelos judeus já antes de Moisés. Era festa dos
pastores que, no início da primavera oferecia as primícias do rebanho à
divindade. Quando os judeus querem ir ao deserto para fazer sacrifício, devem
levar os rebanhos. Outros afirmam que o sacrifício dos cordeirinhos como um
rito expiatório. Pelo sangue colocado nos mourões dos apriscos tem a finalidade
de afastar da casa ou dos rebanhos os demônios ou as pragas. A prescrição de
assar o cordeiro inteiro lembra também os costumes nômades. Posteriormente a
festa pastoril se uniu à festa dos pães ázimos que faziam os que eram
agricultores. Antes eram duas festas distintas. Os hebreus, que já viviam neste
ambiente, após o êxodo, deram sentido diverso a essas tradições que eles conheciam.
A regulamentação destas festas é muito posterior, quando o povo já estava no
país já havia séculos.
1078.
Festa da Páscoa
O livro do Êxodo (12.1-14.43-49),
que não é um texto muito antigo, guardou os costumes antigos. A festa devia ser
celebrada no mês de Nisan (março/abril). Os ritos principais são: matar o
cordeiro, fazer a refeição sacrifical que fortalece a solidariedade da família
e o rito com o sangue, pelo qual a família é protegida contra o mal. Os
incircuncisos não podiam participar. A festa era familiar. Posteriormente houve
uma mudança: o animal não podia ser morto em casa. Devia ser morto, cozido e
comido no santuário central, no templo, no primeiro dia da festa. O rei Josias
fez uma reforma pelo ano 622 (2Rs 23,21-23), e estabeleceu que a festa devia ser em
Jerusalém. Perdeu-se assim o caráter familiar. Quem deveria sacrificar o
cordeiro eram os sacerdotes do templo. Depois comido nas casas particulares,
como ocorreu com Jesus na Última Ceia. Junte-se aqui também o pão ázimo que
deveriam comer durante uma semana.
1079.
Uma festa para nós
Não se pode compreender a liturgia
cristã sem este pano de fundo dos costumes hebraicos. Certamente que a
celebração tem o sentido novo. Lemos nos evangelhos que Jesus celebrou a ceia
pascal usando o cordeiro e o pão ázimo. Celebrou a ceia como era celebrada pelo
povo. Cristo é chamado de o Cordeiro Pascal sacrificado para o perdão dos
pecados. Dele não foi quebrado nenhum osso quando o tiraram da cruz. Paulo diz:
Cristo, nossa Páscoa foi sacrificado (1Cor 5,7). A ceia pascal celebrada na partida do Egito lembra a
libertação do povo. Jesus é o Cordeiro Pascal que tira o pecado do mundo. A
Eucaristia é a Ceia Pascal na qual nos alimentamos com o Corpo de Cristo
sacrificado por nós.
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