Evangelho segundo S. Mateus 13,31-35.
Naquele
tempo, Jesus disse ainda à multidão a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode
comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as
plantas da horta e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se
nos seus ramos». Disse-lhes outra parábola: «O reino dos Céus pode
comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de
farinha, até ficar tudo levedado». Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem
parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo
profeta, que disse: «Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades
ocultas desde a criação do mundo».
Tradução litúrgica da
Bíblia
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c.
406-450),
bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 99
Cristo comparava há pouco o seu reino a um
grão de mostarda; agora, identifica-o com fermento. Ele contava que um homem
semeara uma sementinha e nascera uma grande árvore; agora, a mulher incorpora
uma pitada de fermento para fazer crescer a sua massa. Na verdade, como diz o
apóstolo Paulo: «Diante do Senhor, a mulher é inseparável do homem, e o homem da
mulher» (1Cor 11,11). [...] Nestas parábolas, Adão, o primeiro homem, e Eva, a
primeira mulher, são conduzidos da árvore do conhecimento do bem e do mal ao
sabor ardente dessa árvore da mostarda do evangelho. [...]
Eva recebera
do demónio o fermento da má fé; aquela mulher recebe de Deus o fermento da fé.
[...] Eva, pelo fermento da morte, corrompera, na pessoa de Adão, toda a massa
do género humano; outra mulher renovará, na pessoa de Cristo, pelo fermento da
ressurreição, toda a massa humana. Depois de Eva, que amassou o pão dos gemidos
e do suor (Gn, 3,19), esta cozerá o pão da vida e da salvação. Depois daquela
que foi, em Adão, a mãe de todos os mortos, esta será, em Cristo, a «verdadeira
mãe de todos os vivos» (Gn, 3,20). Pois se Cristo quis nascer, foi para que
nessa humanidade em que Eva semeou a morte, Maria restaurasse a vida. Maria
oferece-nos a perfeita imagem desse fermento; e propõe-nos a correspondente
parábola quando em seu seio recebe do Céu o fermento do Verbo e o derrama em seu
seio virginal sobre a carne humana - que digo eu? Sobre uma carne que, no
seu seio virginal, é toda celeste e que ela faz levedar.
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