PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
“Saber viver com a oposição”
O
Reino e o não-reino
A Palavra de Deus ensina a realidade do Reino de Deus em três momentos:
O Reino e seus inimigos; Ele tem uma força interna para seu crescimento como
uma semente, mesmo pequenina; é também como o fermento que faz a massa crescer.
São palavras que ensinam a vivência do Reino nas situações adversas. Vivemos a
fé numa situação de tensão entre o que pensamos e o que o somos. É a planta
ruim que cresce junto com o trigo. São parecidos, por isso não se distinguem no
início da plantação. Na vida estamos sempre cercados de adversidades que se
contrapõem à nossa fé. O Reino sofre contínuas oposições e deve crescer ao lado
do mal bem organizado. O mal é forte. Mais forte deve ser o cristão para
crescer nessa situação. A oposição o força a ser mais forte e instruir-se. Deve
levar em conta que a força o Reino não depende de nós. Dá seu fruto sem que
saibamos como. Depende de sua força interior que vem de Deus. É como uma
sementinha que tem dentro de si árvores imensas. Assim é o Reino de Deus. Qual
é a atitude que podemos ter diante dessa planta nociva que cresce junto? Jesus
diz que é com a paciência que devemos esperar a hora da colheita. Aí vão separar.
Tratar tudo com humanidade é a condição necessária para o crescimento. Temos
que agir como Deus como diz a Sabedoria: “dominando a própria força, julgas com
clemência e nos governas com grande consideração” (Sb 12,18). Paulo apresenta a arma para nos
proteger: “É segundo Deus que o Espírito reza dentro de nós. Não estamos
sozinhos diante das dificuldades. “Ele reza em nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26), quer dizer,
com as palavras de Deus que não temos.
Dentro
das comunidades
A
vida das comunidades sofre muitas recusas e objeções dentro do próprio grupo. Vivemos
em tensões que colocam os fiéis sempre em exercício. Isso fortalece sua
capacidade de viver. Podemos pensar diferente na comunidade, mas que não seja
por motivos espirituais. São questões humanas. O evangelho não é uma camisa de
força. Ninguém, nenhum movimento ou ensinamento esgota o Evangelho. Por isso é
importante viver o fundamental que é o amor a Jesus Cristo e a vida de
comunidade, apesar das diferenças que não atingem a verdade do Evangelho. Desse
modo a fé se fortalece e é força para o ambiente. Seguimos a orientação de
Jesus: deixar crescer junto e esperar o dia da colheita. É o modo de Deus agir:
Julgar com clemência. O justo deve ser humano (Id). É o que rezamos no salmo: “Vós sois
clemente e fiel, sois amor, paciência e perdão” (Sl 85). Sabemos que os outros conhecerão a
Deus através de nosso procedimento.
Quando
o inimigo está dentro
Sofremos
quando vemos dentro de nós essa divisão: temos coisas boas que devem conviver com
aspectos até negativos de pecados. É preciso paciência e saber suportar-se. Não
ter medo de ser fraco e acolher as fraquezas dos irmãos. Somos pecadores, temos
a tendência para o mal. S. Paulo nos oferece sua experiência: “Constato esta
lei: quando eu quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Eu me comprazo
na lei de Deus segundo o homem interior; mas percebo outra lei em meus membros
que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que
existe nos meus membros” (Rm
7,21-23). Quanto mais a Deus pertencemos, mais humanos seremos. Teremos
muitas falhas, mas muita força para lutar. Quem não quer lutar, já perdeu.
Precisamos dos auxílios de Deus, sobretudo na oração, na reflexão e na
Eucaristia. Jesus passou por isso. E venceu. Venceremos!
Leituras:Sabedoria 12,13.16-19;Salmo 85; Romanos 8,26-27;Mateus
13,24-43
1. O Reino de Deus, como a plantação, cresce
cercado de pragas.
2. As
comunidades vivem em meio a oposições e diferenças. Paciência.
3. Dentro
de nós há a tendência ao mal. Não podemos nos destruir, mas vencer o mal.
Concorrência desleal
Ouvindo o ensinamento da Palavra
sobre o modo generoso do agir de Deus, somos estimulados a sermos humanos. O
justo deve ser humano. Poder não significa maldade.
Na leitura de hoje aprendemos que o
Reino de Deus também sofre dificuldades por causa dos inimigos. E faz a
comparação da plantação da semente boa. Depois aparece o joio, planta parecida
com o trigo, mas maligna. A solução não é arrancar o maligno, pois o bom trigo
vai junto. Então a seleção deve vir no final. O joio vai para o fogo. É muito
prático para nós em compreendermos os males que a Igreja passa no mundo
Que fazer? Acabar com os inimigos do
Reino?
Jesus ensina que a gente pode viver
entre pessoas diferentes. Mas não precisamos acabar com elas para viver bem.
Temos que conviver e que nosso testemunho as modifiquem. Deus orientará seu
futuro.
Mas encontramos divisão dentro de
nós mesmos. Que fazer? Lutar contra os males sem nos destruir, suportando e
levando adiante nossa missão. Não podemos nos acabar para acabar com nossos
males. É preciso ir vencendo.
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