Viver
a Quaresma é já participar da celebração da Ressurreição. Há dois temas na liturgia de hoje: A vitória
sobre a tentação e purificação do pecado realizada pelo Batismo são temas abrem
à fraternidade como garantir a cada cidadão o direito à saúde. Jesus foi ao
deserto impelido pelo Espírito. Esteve aí 40 dias e foi tentado por Satanás,
como o povo de Deus no deserto. Ele, vencendo a tentação anuncia a conversão
para acolher o Reino de Deus. A arca Noé é símbolo do Batismo como purificação
do mundo. O Espírito encaminha Jesus e O sustenta na tentação com a Palavra de
Deus, com a humildade e a adoração do Pai. Vivia no meio dos animais, isto é, em
comunhão de paz e unido aos Anjos que o serviam, símbolo de fraternidade
universal, libertada da opressão do mal. Movido pelo Espírito, Jesus anuncia a
Boa Nova de Deus: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Concertei-vos
e crede no Evangelho”. A narrativa do dilúvio é compreendida, no mistério de
Cristo, como a água que afoga o mal no Batismo. Deus faz aliança com Noé,
chamada aliança da terra: “Nunca mais um dilúvio para devastar a terra” (Gn 9,11). O sinal da
aliança é o arco-íres. Renascidos nas águas do Batismo, renovados na Páscoa,
temos o mesmo compromisso de Deus de não destruir a terra e promover sua
libertação do mal, fruto do pecado. Vencendo o mal e o pecado, com Jesus,
saberemos como aplicar a Campanha da Fraternidade.
Que a saúde se difunda na terra!
O tema
Fraternidade e
Saúde Pública não é só uma questão social, fruto do egoísmo, mas é também espiritual
porque abandonamos o homem frágil em sua necessidade de vida saudável. Deus
promete que nenhum dilúvio vai exterminar ninguém. Dando saúde às
pessoas, poderemos dar uma nova face à humanidade. Esta é a conversão que Deus
quer de nós: Unir nossa vida à de Jesus que vence o mal e a morte e ressuscita
para a vida. Se tivermos diante dos olhos Jesus crucificado, poderemos vê-lo
ressuscitado. A conversão faz parte do tema da Campanha da Fraternidade. Não
existe uma conversão só espiritual. Ela deve atingir a vida na comunidade e a
caridade concreta nas situações de sofrimento do povo. Envolve a
espiritualidade da conversão. Livres do mal, libertamos o homem e o mundo dos
males que os destroem.
Sacramento da Quaresma
A
Quaresma não é somente um tempo cronológico de 40 dias, mas é uma celebração
que atua em nós a graça de Cristo que culmina na Ressurreição. O sacramento da
Quaresma (como lemos no
texto latino) nos faz “progredir no conhecimento de Cristo e
corresponder a seu amor por uma vida santa” (oração). O mal entrou no mundo e tentou até
Jesus que o venceu. A narrativa do dilúvio é um símbolo do que ocorre no
batismo, lava o mal e salva na barca do Corpo de Cristo. O tempo quaresmal,
renovando-nos nas águas da salvação, estimula-nos a “desejar o Cristo, pão vivo
e verdadeiro, e viver de toda palavra que sai de sua boca” (Pós comunhão). Vemos
assim a amplidão deste mistério que celebramos. Celebrar a Quaresma não é só
por um pouco de cinza na cabeça, mas é entrar no sacrário do coração e ali se
converter fortemente ao Senhor. Cada celebração é uma oportunidade para
aprofundar o mistério de Redenção e vivê-lo com mais intensidade.
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