quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Uma mulher vestida de sol”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Elevada em corpo e alma
               A Igreja, pelo ministério do Papa Pio XII, no dia 01 de novembro de 1950, proclamou como um dogma que a Virgem Maria “ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial”. Esta verdade foi conhecida pela Tradição que a fundamentou na Escritura, celebrou na liturgia, foi conhecida e proclamada pelos Santos Padres e teólogos. O povo de Deus sempre acreditou nesta verdade. O fundamento está na ressurreição de Cristo: “Como todos morrem em Adão, assim também em Cristo, todos reviverão, porém, cada qual segundo uma ordem determinada. Em primeiro lugar Cristo, como primícia; depois os que pertencem a Cristo por ocasião de sua vinda” (1Cor, 15,22-23). Por ser a Mãe do Filho de Deus, recebeu este dom: “Pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável vosso próprio Filho feito homem”(Prefácio). Isabel proclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito pe o Fruto do teu ventre” (Lc 1,42). A fé de Maria está em acolher a Palavra de Deus e por isso acolheu o Filho que é a Palavra (Jo 1,14). Está unida ao Filho que gerou. Paulo disse: “Todos reviverão, cada um segundo a ordem determinada”. Ela recebeu a glorificação após Cristo, pois esteve unida a Ele em sua Ressurreição. Assim reconhece: “Grandes coisas fez em  mim o todo poderoso” (Lc 1,49). Sua Assunção é o destino de toda a Igreja. “Pois ela é aurora e esplendor da Igreja triunfante; Ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho” (Prefácio). Ser elevada em corpo e alma é conseqüência de sua imaculada concepção e sua maternidade divina. E convinha que não conhecesse a corrupção, quem é Mãe da Vida.
Atentos às coisas do alto
               A Assunção de Maria é um dom para toda a Igreja que vê nela a realização de sua fé. Torna-se modelo dos membros do Corpo de Cristo e, na caridade, intercessora suplicante. Ela atrai, acompanha, intercede e acolhe todo o povo de Deus, como fez com os discípulos que foram seu pequeno rebanho após a Ascensão de seu Filho. Ela está presente em sua vida, como esteve presente na vida de Jesus. Agora ela é a Rainha, como rezamos no salmo 44: “À vossa direita está a rainha com veste resplendente. Que o rei se encante com tua formosura”. O que foi Maria na terra, o continua no Céu. Como entender as contradições ao culto a Maria? Ela participa da recusa que fazem a Jesus, pois cortar a planta é decepar o Fruto, como lemos no Apocalipse: Perseguiram a mulher porque queriam lhe devorar o Filho (Ap 1,4). Amar Maria é buscar as coisas do alto. Contemplando a Mãe assunta ao Céu, pedimos: “Acendei o desejo de chegar ao Céu” (oferendas).
Nossa missão com Maria
               Maria encarna os pobres de Javé na dimensão de confiança, de doação e de amor.  Ela é nossa irmã como criatura e nossa irmã no destino glorioso. Vamos continuar sua missão como ela o fez: Proteger o filho contra o dragão do mal, como nos narra o (Ap 12,1-4) é proteger os filhos da Igreja. Como visita Isabel, continua visitando o seu povo na obra da misericórdia que Deus manifestou nela (Lc 1,54).  Por isso nós a chamamos de Mãe da Misericórdia que é Cristo. E pedimos: “Dai-nos pela intercessão de Maria chegar à glória da ressurreição” (Pós-Comunhão). Perdeu o Filho e lhe é apresentado o homem: “Eis o teu filho”. Perde o corpo do Filho e recebe os filhos com o Filho no Corpo Místico. 

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