quarta-feira, 9 de novembro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Chamados na esperança”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Participantes da Glória
               A Ascensão é um mistério de Cristo pouco valorizado. Mas é de vital importância para a realização de sua missão, pois, ressuscitado, vai à glória, junto do Pai para completar a missão no envio do Espírito. Este momento revela plenamente o mistério de Cristo. Ascensão é o mistério no qual vivemos com Cristo na Glória. Ele é o fim que ainda está no começo, isto é,  temos, mas ainda não recebemos. Já, mas não agora. É o tempo da posse e da esperança. É a peregrinação dos membros do Corpo de Cristo para chegar a sua realização. Tem-se a impressão que é o encerramento. Não se pode pensar que Cristo se foi e encerrou sua missão. Pelo contrário Ele vem continuamente e atrai a si seus membros que somos nós. Cristo, nossa cabeça, subiu ao Céu, como lemos em Atos (1,1-11) “não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade (Prefácio II da Ascensão). A Ascensão é progressiva para que cheguemos todos ao estado do homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude” (Ef 4,13). Por isso os dois Anjos dizem: “Por que ficais aí, parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi levado par ao céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,11). É preciso ouvir suas palavras: “Vós sereis testemunhas em Jerusalém... e até os confins da terra” (At 1,8). Os 40 dias após a Ressurreição, é o tempo propício para os discípulos serem testemunhas qualificadas de Jesus ressuscitado. Ascensão não é partida, mas glorificação. Deus se manifestou em nossa história na pessoa do Filho. Hoje se manifesta na celebração presidida pelo Filho e que abrange céu e terra.  
Corações ao alto (Pós-comunhão)
               A liturgia tem um incessante grito de Ascensão: “Corações ao alto! – Já os temos no Senhor!” (Prefácio). Ela é a força de atração que este mistério de Cristo exerce sobre a comunidade. Ele, junto do Pai, está sempre a interceder por nós (Hb 7,25). A aclamação Corações ao alto, significa a união com o coração de Cristo sacerdote na comunidade dos vivos que celebram. Realizamos o mistério como liturgia. Participamos da liturgia onde vamos buscar a água que brotou do lado de Cristo. Ela é o rio da vida que transborda entre nós. A força da celebração não está  em sua estrutura e em seus ritos, cantos, criatividades, e sim em sua união com o Cristo que é o Sacerdote do novo culto ao Pai. A Ascensão coloca-nos nesta perspectiva: Celebramos no Céu, mas estamos na terra. Afastar-se é fugir do projeto de Deus. A Páscoa se torna assim mais poderosa e maior glória damos ao Pai.
 Mundo em missão
            Jesus diz aos discípulos; “Sereis minhas testemunhas. Sereis revestidos da força do Alto (Lc 24,48-49)”. O mistério da Ascensão está unido à missão de Jesus. Ele, a Cabeça, foi, mas deixou seu Corpo para continuar crescendo.  A Ascensão é a energia pascal que expande pelo universo (Ef. 4,10). A Missão desmistificará as forças do mal. Somos chamados a descortinar o que somos, como escreve a carta aos Efésios. O mundo vai irresistivelmente para Deus. Vivemos a presença do Espírito que nos acompanha ensinado e recordando tudo o que Jesus ensinou. Estamos no tempo da alegria: Voltaram a Jerusalém com grande alegria, a mesma do nascimento, da ressurreição e, agora, de sua glorificação. 

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