Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.
Naquele
tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de
todos os mandamentos?».
Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta,
Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com
todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas
as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’.
Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem,
Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e
amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e
sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus
disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a
interrogá-l’O.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja no mundo
actual (Gaudium et Spes), §§ 23-24
«Não há outro mandamento maior»
Entre os principais aspectos do mundo
actual, conta-se a multiplicação das relações entre os homens, cujo
desenvolvimento é muito favorecido pelos progressos técnicos hodiernos. Todavia,
o diálogo fraterno entre os homens não se realiza ao nível destes progressos,
mas ao nível mais profundo da comunidade das pessoas, a qual exige o mútuo
respeito da sua plena dignidade espiritual. A revelação cristã favorece
poderosamente esta comunhão entre as pessoas, ao mesmo tempo que nos leva a uma
compreensão mais profunda das leis da vida social que o Criador inscreveu na
natureza espiritual e moral do homem. [...]
Deus, que de todos nós cuida
com solicitude paternal, quis que os homens formassem uma só família e se
tratassem uns aos outros como irmãos. Criados todos à imagem e semelhança
daquele Deus que «fez a partir de um só homem todo o género humano, para habitar
em toda a face da terra» (Act 17, 26), todos são chamados a um só e mesmo fim,
que é o próprio Deus. É por isso que o amor de Deus e do próximo é o primeiro e
o maior de todos os mandamentos. Mas a Sagrada Escritura ensina-nos que o amor
de Deus não se pode separar do amor do próximo: «Todos os outros mandamentos
resumem-se nestas palavras: "Amarás o próximo como a ti mesmo". [...] A caridade
é, pois, o pleno cumprimento da lei» (Rom 13, 9-10; cf 1Jo 4, 20). Isto
revela-se como sendo da maior importância, hoje que os homens se tornam cada dia
mais dependentes uns dos outros e o mundo se unifica cada vez mais.
Mais
ainda: quando o Senhor Jesus pede ao Pai «que todos sejam um [...] como Nós
somos um» (Jo 17, 21ss.), sugere - abrindo perspectivas inacessíveis à razão
humana - que há uma certa analogia entre a união das pessoas divinas e a união
dos filhos de Deus na verdade e na caridade. Esta analogia torna manifesto que o
homem, única criatura da Terra a ser querida por Deus por si mesma, não se pode
encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo.
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