sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A POBRE E A ROSA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Durante sua estadia em Paris, o poeta alemão Raniero passava todos os dias ao lado de uma pobre pedindo esmola. Assentada à beira da calçada, não olhava para ninguém, nem fazia gesto algum, a não ser, estender a mão descarnada aos passantes. Quando alguém punha uma moeda em sua mão, ela escondia furtivamente no bolso do casaco esburacado e nem agradecia. Um dia, o poeta parou diante dela e entregou-lhe uma rosa. Desta vez a reação foi inesperada. A mulher pegou a rosa, levantou seu olhar para o poeta, e beijou demoradamente sua mão. Em seguida se levantou e com a rosa nas mãos, se retirou. Nos dias que se seguiram, não se viu mais a mulher assentada na calçada. Teria mudado de ponto? Mas uma semana depois, lá estava ela no ponto costumeiro. Perguntei para meu companheiro:
- Do que terá vivido durante a semana? Não a vimos pedindo esmola...
- Viveu da rosa, disse o poeta. 
Lição para a vida: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4)

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