sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Santo Alípio de Tagaste, Bispo Dia da Festa: 15 de agosto

Etimologia:
Alípio = que tem asas nos pés, do latim
Martirológio Romano: Comemoração de Santo Alípio, bispo de Tagaste, na Numídia, na atual Argélia, que foi primeiro aluno de Santo Agostinho e depois seu companheiro de conversão, colega no ministério pastoral, companheiro fiel na luta contra a heresia e, finalmente, participante da glória celestial. 
As informações sobre a vida de Alípio estão quase inteiramente contidas nas obras de seu grande amigo, Santo Agostinho, com quem compartilhou os erros de sua juventude, sua conversão e os trabalhos do apostolado (cf. Confissões e Epístolas, em PL, XXXII c XXXIII). Alípio nasceu em Tagaste, filho de pais que estavam entre as principais figuras da cidade: "parentibus primatibus municipalibus" (Confess., Vl, 7, 11). De pequena estatura (De beata vita, 15), mas de espírito forte (Confess. IX, 6, 14) e de natureza virtuosa (Confess. Vl. 7, 11), ele formou uma amizade afetuosa e íntima com Santo Agostinho, a ponto de este o chamar repetidamente de "frater cordis mei" (Confess., IX, 4, 7). Poucos anos mais novo que seu amigo, que nasceu, como se sabe, em 354, frequentou o liceu em sua cidade natal e as escolas de retórica em Cartago; precedeu-o em Roma, onde foi estudar Direito, e o acompanhou até Milão. Em Roma, foi assessor do convento de doações para a Itália e, nessa circunstância, deu raros exemplos de pureza e desinteresse. Resistiu energicamente às exigências de um senador muito poderoso que tentou induzi-lo a cometer ilegalidades, permanecendo indiferente, para espanto geral, tanto às ameaças quanto às lisonjas: "uma alma rara", escreve Santo Agostinho, "que não levou em conta a amizade e não temeu a inimizade de um homem tão poderoso, tão renomado pelos inúmeros meios que possuía para fazer o bem ou o mal" (Confissões, VI, 10, 16). A amizade com Agostinho afastou-o temporariamente da paixão pelos jogos circenses, mas também o conduziu ao maniqueísmo (Confissões, VI, 11-16). Com seu amigo Alípio, experimentou a provação do retorno à fé (ibid., VII, 25); extremamente casto em seus costumes, apoiou-o em sua luta contra as paixões e o aconselhou a não se casar, para não renunciar a viver livremente no amor à sabedoria (ibid., VI, 21); esteve presente na crise de sua conversão (ibid., VII, 13-19) e seguiu seu exemplo (ibid., VIII, 30); retirou-se com ele para Cassiciacum, onde participou das disputas filosóficas (ibid., IX), e junto com ele recebeu o batismo em 25 de abril de 387 (ibid., IX, 14). No ano seguinte, Alípio retornou à África e retirou-se para Tagaste com seus amigos para viver uma vida cenobítica (ibid., IX, 17 Possídio, Vita A., III). Em 391, seguiu Agostinho até o mosteiro de Hipona (Ep., XXII, 1). Pouco depois, viajou para o Oriente e tornou-se amigo de São Jerônimo (Ep., XXVIII, 1). Era querido por São Paulo da Nola, que admirava sua santidade e zelo (Ep., XXIV, entre Agostinho. XXVII, 5). Eleito bispo de Tagaste, quando Santo Agostinho ainda era padre (c. 394; cf. Ep., XXV, 1), ao lado dele, por quase quarenta anos, brilhou na Igreja da África como reformador do clero, mestre do monasticismo (Santa Melânia, a Jovem, passou sete anos em Tagaste sob sua direção; cf. Ep., LXXXIII, 125, 188) e defensor da fé contra os donatistas e os pelagianos. Em 411, participou da Conferência de Cartago e esteve entre os sete bispos católicos que apoiaram as disputas com os donatistas (Gesta coll. carth., Mansi, Conc., IV 1760, pp. 7 e seguintes). Em 418, em nome do Papa Zósimo (Ep., CXC, 1; Possídio, Vita A., XIV), foi a Cesareia, na Mauritânia, a negócios eclesiásticos e participou da disputa de Agostinho com Emérito, um bispo donatista (De gestis cum Emerito donatista). Agiu com tanto zelo contra os pelagianos que os hereges o uniram a Agostinho em ódio (Op. imp. contra Iul., 1, 42, 47; 3, 35) e, por Jerônimo, em mérito: auctoribus vobis haeresis caelestiana iugulata est (Ep., CCII, 1, entre os agostinianos). Em 416, participou do Concílio de Milevis (Numídia) e escreveu sobre ele ao Papa Inocêncio (Ep., CLXXVI-VII). Pela causa pelagiana, ele viajou à Itália diversas vezes, levando obras agostinianas ao Papa Bonifácio e ao conde Valério (Contra duas ep. Pelag., I, 1-3; De nupt. et concup., II, 1). Em 428, de Roma, enviou ao amigo uma resposta de Juliano, insistindo que ele respondesse (Ep., CCXXIV, 2). Estas são as últimas notícias que temos dele. Presume-se que ele estivesse em Hipona para a morte de Santo Agostinho, e que tenha falecido no mesmo ano de 430. De sua obra literária, resta apenas a participação que desempenhou nos diálogos agostinianos Contra Academicos e De Ordine (cf. Contra Acad., I, 4). Ele é comemorado no Martirológio Romano de 1584 a 18 de agosto. A partir do século I XVII, com a aprovação pontifícia (cf. o breve de Clemente X Alias a Congregatione de 19 de agosto de 1672), os Cônegos Regulares e os Eremitas de Santo Agostinho celebraram seu culto. 
Fonte: Biblioteca Sanctorum

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