Evangelho segundo São Mateus 25,1-13.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O Reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo.
Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes.
As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo,
enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias.
Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram.
No meio da noite, ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo; ide ao seu encontro".
Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas.
As insensatas disseram às prudentes: "Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se".
Mas as prudentes responderam: "Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores".
Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se.
Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: "Senhor, senhor, abre-nos a porta".
Mas ele respondeu: "Em verdade vos digo: não vos conheço".
Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1891-1942)
Carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
De «A Oração da Igreja» (1936)
Sumo-Sacerdote da Nova Aliança
A nossa alma é um templo de Deus e isso, só por si, abre-nos uma perspectiva vasta e completamente nova. A vida de oração de Jesus é a chave para compreendermos a oração da Igreja. Cristo tomou parte no culto divino do seu povo, levado a cabo publicamente no Templo e segundo as prescrições da Lei. Ele estabeleceu a mais profunda ligação entre essa liturgia e a oferenda da sua própria pessoa e, atribuindo-lhe o seu verdadeiro e pleno significado de ação de graças da criação pelo seu Criador, conduziu a liturgia da antiga Aliança à sua realização na nova Aliança.
Mas Jesus não Se limitou a tomar parte no culto divino público prescrito pela Lei. Os evangelhos fazem referências ainda mais numerosas à sua oração solitária, no silêncio da noite, no cimo das montanhas ou em lugares desertos (cf Mt 14,23; Mc 1,35; 6,46; Lc 5,16); quarenta dias e quarenta noites de oração precederam a sua vida pública (cf Mt 4,1-2); retirou-Se para o silêncio da montanha antes de escolher os seus apóstolos (cf Lc 6,12) e de os enviar em missão; no Monte das Oliveiras, preparou a sua subida ao Gólgota, e o brado com que Se dirigiu ao Pai nessa hora, a mais penosa de todas as horas da sua vida, é-nos revelado em poucas palavras, que são como que um relâmpago que por um instante ilumina e torna mais clara para nós a vida íntima da sua alma, o insondável mistério do seu ser de Homem-Deus e do seu diálogo com o Pai.
Este diálogo durou toda a sua vida, sem nunca sofrer interrupção. Jesus rezava interiormente, não só quando Se afastava das multidões, mas também quando Se encontrava entre as pessoas.
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