Abdias ou Obadias, quarto dos Profetas Menores, foi autor do livro mais curto do Antigo Testamento. Viveu após a conquista de Jerusalém, em 587 a.C.. Sua profecia era dirigida contra os povos Edomitas, predizendo-lhes a ira do Senhor. Os exegetas o consideram o anunciador do Messias.
Um quarto dos profetas menores provavelmente viveu após a conquista de Jerusalém, que ocorreu por volta de 587-586 AC. C. No livro mais curto do Antigo Testamento, do qual é o autor, ele tenta consolar Jerusalém com a esperança de uma rápida restauração. Como os profetas de Israel, ele também confirma a existência de um Deus bom e justo, que castiga os pecadores e vinga as injustiças cometidas ao seu povo. Devido à sua visão muito positiva em relação a Israel, os exegetas consideram-no o arauto do Messias.
Etimologia: Obadias = servo de Javé, do hebraico
Martirológio Romano: Comemoração de Santo Obadias, profeta, que, após o exílio do povo de Israel, predisse a ira do Senhor contra o povo inimigo.
Na lateral da torre sineira da catedral de Florença, uma estátua de Nanni di Bartolo representa o profeta Obadias: é um jovem robusto, com a cabeça descoberta, com um rico manto e nas mãos o 'volumen', ou seja, o livro que contém a sua 'visão' ou profecia lançada contra os habitantes da Iduméia, os edomitas, povo nômade do sul da Palestina, descendentes de Esaú, portanto o mais próximo em parentesco com os judeus. Os antigos Martirológios Latinos não mencionavam Obadias, que, no entanto, aparece no Martirológio Romano e no Synaxarion de Constantinopla em 19 de novembro. As numerosas representações de Obadias, o quarto dos profetas menores, autor do livro mais curto do Antigo Testamento, testemunham a devoção generalizada a este santo, que emerge da noite dos tempos antigos como um clarão de luz viva. “Um pequeno profeta em número de versos, não em ideias”, diz dele São Jerônimo.
Os vinte e um versículos do seu livro contêm, antes de tudo, uma dura ameaça contra os edomitas. Os antigos ressentimentos, que nunca haviam diminuído desde a época da fraude engenhosa de Jacó contra seu irmão Esaú, explodiram durante e após a destruição de Jerusalém, ocorrida em 587 aC pelo Nabucodonosor babilônico. Naquela hora tão triste para o povo da Judéia, os edomitas apoiaram os invasores, participando ativamente no saque da cidade e na caçada implacável aos fugitivos. Enquanto o grande profeta Ezequiel estava lá para consolar os deportados na Mesopotâmia, forçados a trabalhos forçados no grande canal entre Babel e Nippur, entre os que permaneceram estava o jovem Obadias, que proferiu uma dura ameaça contra os edomitas juntamente com o anúncio consolador de a restauração de Jerusalém, destinada a acolher o Messias.
Obadias desenvolve estes dois temas com maravilhoso canto lírico. Então ele se dirige ao povo vizinho idumeu: 'Eis que eu te fiz pequeno entre as nações, você é muito desprezível. O orgulho do seu coração te enganou... Pelas matanças, pelas injustiças cometidas contra seu irmão Jacó, você ficará coberto de confusão e perecerá para sempre... A casa de Jacó será de fogo e a casa de Esaú será de palha, será queimado e devorado. O profeta segue uma linha religiosa tradicional, cujo tema constante é a afirmação da unicidade de Deus Javé, senhor absoluto de todas as coisas e juiz supremo, que pune os pecadores e vinga as ofensas cometidas contra o seu povo. Nesta conclusão optimista da “visão” de Obadias, os exegetas vêem o pré-anúncio de Cristo e da Igreja.
Autor: Piero Bargellini
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