PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 54 ANOS CONSAGRADO 46 ANOS SACERDOTE |
O evangelho de Marcos continua o belo ensinamento sobre Jesus e suas curas. Estas não são somente uma bênção às pessoas, mas um garantia a todos nós do grande bem que nos faz Sua presença. O texto da cura do paralítico inicia-se com a narração de que uma “multidão acorreu ao local onde Ele estava” e “Jesus anunciava-lhes a Palavra” (Mc 2,2). Cumpria a missão para a qual viera do Pai. Jesus é, em sua pessoa, a expressão total da missão. Entra, então, em cena, um paralítico trazido em um leito. Como a multidão impedisse a passagem, os que o traziam subiram ao teto da casa. Havia uma escada por fora e a cobertura, por ser um local sem chuvas, era de fácil remoção. Descem o homem diante de Jesus. Cena de disposição de fé. Com seu olhar espiritual Jesus vê a fé. Ele é o enviado de Deus para a remissão total de cada um. Como só Deus pode dar a remissão dos pecados, os entendidos reagem: “este homem blasfema. Só Deus pode perdoar pecados”. Dizem isso porque Jesus disse “teus pecados te são perdoados”. Jesus lê seus pensamentos que na realidade correspondiam a sua fé. Para mostrar que é Deus, completa: “Para que saibais que o Filho do Homem tem poder de Deus, tem poder de perdoar pecados” - diz ao paralítico - “Eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama e vai para tua casa”. Curar é menor do que perdoar. O paralítico levantou-se e, carregando seu leito, saiu diante de todos. O Messias, tem poderes de renovar os corações e os corpos. Jesus dá esse dom à Igreja. “A quem perdoardes os pecados, estes ser-lhes-ão perdoados” (Jo, 20,23). Continuamos a missão de Jesus de promover a remissão total, curar por inteiro e promover a vida feliz e plena.
Solidariedade na fé
Jesus afirma que a fé remove montanhas. O texto de Marcos diz “vendo a fé daqueles homens”. Ousaram chegar a Jesus porque nEle se encontra a cura de todos os males. Não há obstáculo ao que crê. Jesus não vê só a fé do paralítico, mas daqueles quatro homens de fé. Sua disposição é total. A resposta de Jesus é total. A solidariedade aumenta a força da fé, dizemos em linguagem humana. A Igreja, quando cada um põe em comum sua opção por Jesus Cristo, pode fazer uma forte investida de evangelização e transformação das realidades sofridas da humanidade. O sacramento da penitência se funda nessa disposição de fé. Sem esta, não realiza a cura do corpo e do espírito. As conseqüências que o pecado deixou em nós só podem ser redimidas em uma fé audaz, corajosa e solidária. Pertencer a uma comunidade é um gesto de fé e não só um gesto social. Ter fé supõe a ousadia dos 4 carregadores e do paralítico. Fé não é um puro sentimento, mas é opção de vida coerente.
O Evangelho é coerente
Paulo, na 2ª Coríntios, afirma que sua pregação foi coerente. Não pregou um evangelho titubeante, ora dizendo uma coisa, ora outra. Ele nos garante que Cristo é uma unção, uma marca e uma garantia do Espírito de Deus. Deus prometeu e fez, e continua dando total segurança a quem nEle confia e assume viver o evangelho com coerência. O cristão não pode ser sim e não. Sem firmeza na verdade perdemos toda a fibra; os “pecadores” e os aleijados da vida, não sabem onde buscar a certeza. Compete a nós ter a coragem dos homens que carregavam o paralítico: crer.
Leituras:Isaias 43,18-19,21-22.24-25;
Salmo 40,
2ª Coríntios 1, 18-22; Marcos 2,1-12.
Ficha:
1. Enquanto Jesus pregava à multidão que o cercava, quatro homens trazem um paralítico e o introduzem pelo teto para chegar a Jesus. Este diz, vendo a fé dos homens, “Teus pecados estão perdoados”. Os entendidos reagem internamente. Lendo seus pensamentos Jesus Mostra, curando o homem, que tem também o poder de perdoar que é maior do que curar, mesmo sendo mais fácil de dizer. A cura de Jesus é sempre completa, curando o corpo e o coração. Essa missão é confiada a nós.
2. A atitude de fé dos 4 homens manifesta a solidariedade com a qual devemos viver a fé. A disposição total de fé tem a resposta total de Jesus. Esta é a força da Igreja na sua evangelização. Sem fé profunda, perdemos a força de transformação.
3. A fé conduz a uma vivência coerente do Evangelho. Jesus era homem da verdade. Vivendo Seu Evangelho com coerência mostramos nossa fé incondicional e transformadora, curando por inteiro nossa vida e a do mundo.
Homilia do 7º Domingo Comum
EM FEVEREIRO DE 2006
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