Considerado um “novo Cura d’Ars” e um extraordinário fundador de Obras, Luís Eduardo Cestac nasceu em Bayonne, no sul da França, em 6 de janeiro de 1801. Com a idade de três anos, sofrendo de uma incurável nevralgia e completo mutismo, a mãe o consagrou à Virgem de São Bernardo. Ao ser curado, nutriu por toda a vida uma grande devoção à Virgem Maria.
Com 17 anos, entrou para o Pequeno Seminário de Aire; em 1825, foi ordenado sacerdote, em 1825, e se tornou professor de filosofia em Bayonne.
Em 1831, Luís Eduardo Cestac se tornou vigário da Catedral de Notre-Dame de Bayonne. Naqueles anos, começou a fundação de obras de notável importância: A Associação das Filhas de Maria para as domésticas; a Obra da Perseverança para as jovens da alta Sociedade; os Círculos de Estudo para jovens; a obra dos Pequenos Órfãos de Maria, chamada Grão Paraíso.
Em 1838, Cestac fundou a obra das Penitentes de Maria, na cidade de Anglet, para poderem trabalhar ao ar livre. Esta instituição, certamente a mais importante, recebeu o nome de “Nossa Senhora do Refúgio”.
No ano seguinte, em 1839, fundou a Congregação das Servas de Maria, em Anglet. A primeira superiora foi sua irmã Elisa, que recebeu o nome de Irmã Maria Madalena, permanecendo no cargo por sete anos, até à sua morte, em 1849.
A Congregação começou a trabalhar em missões, em 1949, começando pelo Marrocos, junto com os Padres do Sagrado Coração de Jesus de Bétharram.
Por fim, em 15 de agosto de 1846, Luís Eduardo Cestac fundou a Congregação das Solitárias de São Bernardo ou Silenciosas de Maria, chamadas também Irmãs Bernardinas, com voto de silêncio perpétuo. O instituto acolhia as “penitentes” desejosas de uma vida religiosa voltada para o trabalho na solidão e no silêncio.
Suas atividades se estenderam à organização de escolas paroquiais, ao todo 55, com métodos pedagógicos: compôs um Silabário e um método para aprender a ortografia.
O novo Beato, Luís Eduardo Cestac, propagou a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças; escreveu “Anotações Íntimas”, com detalhes de suas fundações e notas biográficas. Sua vida se concretizou no cumprimento de seus deveres e no amor pelo próximo, devotado com imensa generosidade.
No dia 13 de janeiro de 1864, o Beato Padre Luís-Eduardo Cestac foi subitamente atingido por um raio da luz divina. Ele viu demônios espalhados por toda a terra, causando uma imensa confusão. Ao mesmo tempo, ele teve uma visão da Virgem Maria. Nossa Senhora lhe revelou que realmente o poder dos demônios fora desencadeado em todo o mundo e que então, mais do que nunca, era necessário rezar à Rainha dos Anjos e pedir a ela que enviasse as legiões dos santos anjos para combater e derrotar os poderes do inferno.
“Minha Mãe", disse o padre, “vós sois tão bondosa, por que então não enviais por vós mesma estes anjos, sem que ninguém vos peça?"
“Não", respondeu a Santíssima Virgem, “a oração é uma condição estabelecida pelo próprio Deus para a obter esta graça."
“Então, Mãe Santíssima – disse o sacerdote – ensinai-me como quereis que se vos peça!"
Foi então que o Bem-aventurado Luís-Eduardo Cestac recebeu a oração “Augusta Rainha dos Céus". “Meu primeiro dever – disse ele – era apresentar esta oração a Monsenhor La Croix, bispo de Bayonne, que se dignou a aprová-la. Cumprido este dever, fiz imprimir 500.000 cópias, e providenciei que fossem distribuídas em todos os lugares. (...) Não devemos esquecer que, da primeira vez que as imprimimos, a máquina impressora chegou a quebrar duas vezes".
Esta oração foi indulgenciada pelo Papa São Pio X no dia 8 de julho de 1908. Recomenda-se que seja aprendida de cor:
Augusta Rainha dos céus, soberana mestra dos Anjos, Vós que, desde o princípio, recebestes de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás, nós vo-lo pedimos humildemente, enviai vossas legiões celestes para que, sob vossas ordens, e por vosso poder, Elas persigam os demônios, combatendo-os por toda a parte, reprimindo-lhes a insolência, e lançando-os no abismo.
- Quem é como Deus?
Ó Mãe de bondade e ternura, Vós sereis sempre o nosso Amor e a nossa esperança. Ó Mãe Divina, enviai os Santos Anjos para nos defenderem, e repeli para longe de nós o cruel inimigo. Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos e guardai-nos. Amém.
Padre Cestac faleceu, em 27 de março de 1868, e foi sepultado em Anglet. Sua Causa de Beatificação teve início em 1908.
O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu, em 31 de maio de 2015, em Bayonne, na França, a solene celebração Eucarística de Beatificação de Luís Eduardo Cestac.
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