sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

EVANGELHO DO DIA 12 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 7,31-37. 
Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te». Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar corretamente. Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam. Cheios de assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Concílio Vaticano II 
«Gaudium et Spes», §§ 19-21 
Alguns permanecem surdos 
aos apelos de Deus 
A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. O homem é convidado a dialogar com Deus desde o começo da sua existência; pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele por amor constantemente conservado, e não pode viver plenamente segundo a verdade se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador. Porém, muitos dos nossos contemporâneos não atendem a esta íntima e vital ligação a Deus, ou até a rejeitam explicitamente; de tal maneira que o ateísmo deve ser considerado um dos factos mais graves do tempo atual. Enquanto alguns ateus negam expressamente Deus, outros pensam que o homem não pode afirmar seja o que for a seu respeito, e outros ainda tratam o problema de Deus de tal maneira que ele parece não ter significado. Muitos, ultrapassando indevidamente os limites das ciências positivas, ou pretendem explicar todas as coisas só com os recursos da ciência, ou, pelo contrário, já não admitem nenhuma verdade absoluta. Outros concebem Deus de tal maneira que aquilo que rejeitam não é de modo algum o Deus do Evangelho. Outros há que nem sequer abordam o problema de Deus: parecem alheios a qualquer inquietação religiosa e não percebem por que motivo se devem ainda preocupar com a religião. Além disso, o ateísmo nasce muitas vezes dum protesto violento contra o mal que existe no mundo. Não se deve passar em silêncio, entre as formas atuais de ateísmo, aquela que espera a libertação do homem sobretudo da sua libertação económica. A Igreja, consciente da gravidade dos problemas levantados pelo ateísmo e levada pelo amor que tem a todos os homens, entende que eles devem ser objeto de um exame sério e profundo. A Igreja defende que o reconhecimento de Deus de modo algum se opõe à dignidade do homem, uma vez que esta dignidade se funda e se realiza no próprio Deus. Com efeito, o homem, ser inteligente e livre, foi constituído em sociedade por Deus Criador; mas é sobretudo chamado a unir-se a Deus como filho e a participar na sua felicidade.

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