Conhecer Jesus Cristo
A Quaresma é um grande convite para reconhecer nossa condição humana de pecadores e tentados como Jesus o foi. Ela é também o sacramento pelo qual temos empenho de buscar Cristo e recebemos a resposta: “Pelo sinal sacramental da Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”. Viver bem esse tempo litúrgico nos leva a crescer no conhecimento e na resposta de amor. Quem conhece Jesus, sabe amá-lo. Esse primeiro domingo focaliza a tentação de Jesus. Marcos continua o texto com o anúncio de conversão proclamado por Jesus. Quaresma é tempo de conversão. Essa chamada deve nos acompanhar durante toda a Quaresma. Essa conversão é a recusa de tudo o que destrói em nós a Graça Divina da presença de Jesus e nos leva a praticar a fé com maior profundidade. Só conhecendo mais Jesus, podemos crescer no amor por Ele. Pedimos no salmo que o Senhor nos mostre seus caminhos e que sua verdade nos conduza (Sl 24). A oração pós-comunhão nos ensina “a desejar Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda a palavra que sai de sua boca”. Conhecer Cristo e a força de sua ressurreição (Fl 3,10), colocam-nos em união sempre maior com o seu Mistério Pascal que é a meta da Quaresma. Que a Páscoa penetre a(à) Quaresma.
Aliança da terra
Essa Quaresma tem uma característica particular que é a temática da aliança. A redenção é o passo final das alianças de Deus com seu povo. Lemos: “Sangue da nova e eterna aliança”. Essa aliança tem suas raízes na criação do homem. Quando vem o Dilúvio, que a tudo destruiu, Deus faz uma aliança com Noé e com todo o mundo: “não haverá mais dilúvio”. E garante: “Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós... ponho meu arco nas nuvens, como sinal de aliança entre Mim e a terra” (Gn 9,13). Chamamos aliança da terra porque Deus quer que o mundo cumpra sua missão de dar vida e beleza. Dizemos que os sinais de destruição que estão presentes no mundo são queridos por Deus. São provocados pelo ser humano que não toma conhecimento que Deus quer que esse mundo seja fonte de vida e felicidade. Na Quaresma, temos também como compromisso o cuidado do mundo, redimindo todas as suas dimensões. É certo que nem tudo depende de nós e nem somos culpados. Mas podemos colaborar com a restauração. O Saara, diz Heródoto, historiador grego, era um jardim florido. O que aconteceu? Há um país que plantou aonde(onde) o deserto entraria... não entrou. Podemos tomar atitudes de conversão que melhorem a vida do povo. Conversão não é só oração. É atitude. Assim podemos ressuscitar.
Meu arco no céu.
A aliança com a terra onde vivem as pessoas, é já um laço que nos une a Deus. Essa aliança tem um crescendo que vai nos levar à aliança em Jesus. Essa aliança com Noé, salvador da humanidade através da arca, chama-nos a cuidar do mundo como administradores da aliança que Deus fez. Jesus era integrado com a natureza: “olhai os lírios do campos... olhai os campos maduros para a ceifa... Usa a água e o pão para realizar os mistérios da salvação. Esse arco-íris simboliza que Deus não quer guerra conosco. Ele quer que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10). Ele é o Mestre que nos ensina a viver de bem com a terra e mais ainda com as pessoas, pois ensina o amor. Ficamos encantados vendo, depois de uma chuva, um belo arco-íris no céu. Deus achou tão bonito que escolheu como símbolo de sua vontade de paz.
Leituras: Genesis 9,8-15; Salmo 24;
1ª Pedro 3,18-22; Marcos 1,12-15.
1. Viver bem a Quaresma nos leva a crescer no conhecimento e na resposta de amor.
2. É aliança da terra porque Deus quer que ela cumpra sua missão de dar vida e beleza.
3. A aliança com a terra onde vivem as pessoas é já um laço que nos une a Deus.
Deus não é de briga
A narrativa do dilúvio nos deixa uma questão: Por que Deus fez isso e de agora em diante não vai fazer de novo? Nós gostamos de chamar os castigos de Deus .... Para o outros. Uma hora vira para nosso lado. Mas não é esse o ensinamento.
É pavorosa da destruição do mundo pelas águas. É maravilhosa a salvação da humanidade através da família de Noé, juntamente com os animais.
Houve destruição. Mas no final encontramos um Deus bonzinho afirmando que não vai brigar mais, nem matar, nem destruir. Ele entrega sua arma de guerra, seu arco poderoso. Mais ainda: coloca-o no céu para servir de enfeite. Quando compramos um arco de índio, colocamos na parede. Não é para briga. Para Deus, acabou a briga. Temos um Deus bonzinho.
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