terça-feira, 2 de julho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “O Reino de Deus está próximo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
A começar dos mais fracos.
Jesus inicia seu ministério na Galiléia, tendo inclusive mudado de residência, passando a viver em Cafarnaum, uma cidade mais populosa, movimentada com comércio, caminho do mar e na margem do lago da Galiléia. Jesus começa sua atividade numa região mal afamada. É chamada Galiléia dos pagãos (Mt 4,15 – Is 8,23b) . Era uma população que sofrera uma mistura de povos. Os galileus eram mal vistos. Jesus ensina até com a geografia que Deus procura os necessitados. A mentalidade de Jesus era procurar a ovelha perdida, misturar-se com os pecadores, receber publicanos e prostitutas, conversar com mulheres e crianças, estar com gente que não conhecia a lei (Jo 7,49). Era uma posição social sim, mas nascida do amor de Deus pelos abandonados. Ele ouve sempre o grito do povo que sofre a escravidão, como podemos ver no Êxodo, nos salmos, nos evangelhos etc. Notemos que, o modo de Jesus iniciar seu ministério, vai ser a maneira de conduzi-lo. Que nossa pastoral, em lugar de privilegiar os bons, procurasse os necessitados e estimulasse os “bons” para fazer o mesmo caminho. O início do ministério de Jesus é o chamado à conversão. Esta se dá no coração da pessoa, como se dá o início da pregação de Jesus: anuncia num mundo imerso em trevas para que sejam iluminados por uma nova luz. Saíram do escuro do desconhecimento para a vida nova do Reino. A conversão é a chave da missão de Jesus. Sem ela permanecem as trevas. 
Passando, disse: “Segui-me”! 
Jesus usa a mesma mentalidade para escolher seus apóstolos. Os apóstolos que chama são pessoas humildes e fracas, gente do povo. Ele parte dos pobres para anunciar a riqueza do Reino. Nesta escolha convoca-nos a acreditar nas pessoas e dar chance a todos de poderem exercer o seu dom na comunidade. A formação do apóstolo se dá na convivência com Jesus. Estar com Ele é o modo de aprender a ser missionário do Reino, continuar o que fazia e como fazia. Aceitar o convite é se comprometer com uma pessoa concreta. A Igreja sempre contou com ministros sagrados para as celebrações e para a pregação. A vocação consiste sempre no chamado oficial da Igreja. Para saber se o chamado se dirige a uma pessoa autêntica, é preciso saber da conversão ao Reino. Aí temos os desencantos da vocação. Se, pelo contrário, a resposta parte de um coração convertido aos valores do Reino, podemos ter certeza de um autentico chamado. Ministério não é um emprego, mas um processo permanente de conversão, sempre saindo das trevas para a luz. 
Tudo por um Reino. 
O ambiente do Mar da Galiléia é uma constante na pregação de Jesus. Jesus usa a palavra pescar quando convida os discípulos para segui-Lo. Pescar nas águas profundas significa tirar as pessoas do mar do obscuro e do desconhecimento e do abandono total. É preciso lutar, remar e se esforçar. Lançar as redes é contar com a força da palavra de Jesus. A presença de Jesus é a garantia de boa pesca no lago profundo do mundo. Assim somos convocados a segui-Lo, estar com Ele e com Ele exercer a missão. Esta missão é a chamada à conversão para que o Reino de Deus se estabeleça entre nós. Por isso Paulo diz na carta aos Coríntios que todos são de Cristo. Não temos partidos. A Eucaristia nos põe em missão, como Jesus. Não podemos nos acomodar com as estruturas da Igreja e dizer que sempre foi assim. É necessário ver se essa estrutura corresponde ao que se necessita no momento. É preciso sempre voltar à fonte saindo das trevas para a Luz que é Jesus e seu Reino. Jesus continua passando e chamando. Quer um mundo que se renova.

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