sexta-feira, 19 de julho de 2019

EVANGELHO DO DIA 19 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 12,1-8. 
Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Os fariseus viram e disseram a Jesus: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição, que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes. Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa? Eu vos digo que está aqui alguém que é maior que o templo. Se soubésseis o que significa: "Eu quero misericórdia e não sacrifício", não condenaríeis os que não têm culpa. Porque o Filho do homem é Senhor do sábado». 
Tradução Litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho(354-430) 
bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Sobre o Génesis em sentido literal,IV,13-14 
Entrar no repouso de Deus 
«Deus viu tudo o que tinha feito: era muito bom. [...] E repousou, no sétimo dia, de todo trabalho que tinha realizado» (Gn 1,31-2,2). As obras de Deus são boas e Ele repousará nas nossas obras, se estas também forem boas. Foi como sinal deste repouso que Ele prescreveu ao povo hebraico a observância do sábado. Mas eles praticavam-no de uma forma tão material que acusavam Nosso Senhor quando O viam operar a nossa salvação em dia de sábado. Tal atitude valeu-lhes uma resposta justa: «Meu Pai trabalha constantemente e Eu também trabalho» (Jo 5,17), não só governando com Ele toda a criação, mas realizando a nossa salvação. Quando, porém, a graça foi revelada, os fiéis foram libertados do preceito do sábado, que consistia na observância de um dia. Agora, pela graça, o cristão observa um sábado perpétuo, se fizer o bem na esperança do repouso que há de vir e não se glorificar das suas boas obras como se elas lhe pertencessem e não as tivesse recebido. Assim, recebendo e considerando o sacramento do batismo como um sábado, isto é, como o repouso do Senhor no seu túmulo (Rom 6,4), o cristão repousa das suas obras passadas, caminha pelas veredas de uma vida nova e reconhece que Deus age nele, Ele que governa as suas criaturas em repouso, porque tem em Si a tranquilidade eterna. Deus não Se fatigou ao criar, nem repousou ao cessar de criar; mas, pela linguagem da Sagrada Escritura, quis inspirar-nos o desejo do seu repouso. [...} Quis santificar aquele dia [...] como se, mesmo para Ele que não Se fatiga ao trabalhar, o repouso tivesse mais valor do que a ação. É isso que o evangelho nos ensina quando o Senhor diz que Maria, ao sentar-se e permanecer em repouso a seus pés para escutar a sua palavra, escolheu uma parte melhor do que a de Marta, ainda que esta se dedicasse a obras de serviço (Lc 10,39s).

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