sexta-feira, 12 de abril de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “O que vem da sabedoria”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1738. Meditando a Sabedoria 
Falar de sabedoria é um tema que ultrapassa nossos conhecimentos. Temos na Sagrada Escritura o livro da Sabedoria e também o livro do Eclesiastes que refletem sobre a sabedoria. Tem me impressionado uma reflexão que faz sobre o passado. Refletindo sobre a bondade da sabedoria escreve: “Não digas: ‘Por que os tempos passados eram melhores do que os de agora?’ Pois não é a sabedoria que te inspira essa pergunta” (Ecl 6,10). Há uma tendência muito grande dentro de nós ver o passado como melhor que nosso presente. Temos saudades das coisas que vivemos, da vida de nossa infância. É um tempo que não volta. É muito comum falarmos que o passado não era como agora. Muita coisa mudou. O mundo não é mais o mesmo. Houve muito progresso em tantos sentidos e tão rapidamente. O mundo está todo conectado. Os meios de comunicação e de locomoção avançaram muito. Não negamos que foram as descobertas do passado que proporcionaram a base do mundo atual. Para estas descobertas foi necessário muito empenho. A crítica que fazemos à situação atual, nossos antigos fizeram o mesmo sobre seu mundo. É muito comum encontrar nos livros antigos a frase: ‘Os tempos são maus’. Jesus mesmo afirma aos fariseus que eles constroem túmulos aos profetas que seus pais mataram (Lc 11,47). Dizer que o tempo passado era melhor é uma afirmação que não provém da sabedoria, pois todos os tempos são bons para o momento. O autor vivia essa mesma situação em seu tempo. Por que insistir dizendo que agora está tudo mal e não é como antigamente. Ou será que não encontramos nosso lugar no mundo e o problema somos nós? 
1739. Colocar a felicidade onde estamos 
É comum as pessoas dizerem: será que vou ser feliz lá onde vou morar vou trabalhar?A felicidade não está onde buscamos, mas onde a colocamos. É a historinha que está nas redes sociais: A senhorinha foi viver num lar de idosos e, quando lhe descreveram o quarto, ela ficou feliz e dizendo que decidiu ser feliz ali, daquele jeito. Se construo a felicidade – o que não elimina nossos problemas – ela será contagiante. A verdade e as coisas sérias não eliminam a possibilidade de serem vividas com alegria e sorrisos. A verdade não está na cara de quem a diz, mas no conteúdo que possui. A alegria é uma virtude humana que deve fazer parte da vida, sobretudo no espiritual. Já dizia o provérbio: “Um santo triste é um triste santo”. O entusiasmo nos leva a construir o futuro com base no presente. Não se pode olhar para o futuro pelo retrovisor, diz o filósofo de Porto Feliz (SP). 
1740. Dar respostas ao nosso tempo
Em lugar de olhar o passado com saudade, é melhor buscar as energias e o entusiasmo cheio de sabedoria que os antigos tiveram para fazer bom seu tempo. Aí sim vale a pena voltar ao passado para buscar as heranças de vitalidade que imprimiram no seu tempo. Nas condições em que viviam, sem os recursos disponíveis de agora, souberam encontrar novos caminhos. Temos outras dificuldades, outros problemas e desafios. A solução para nossos males é olhar o futuro e, com os meios que temos, dar respostas ao nosso tempo. Vivendo bem agora, estaremos prontos a viver bem amanhã. Na Igreja, há o anseio de estabilidade. Todos os tempos trouxeram problemas e soluções. Assim a história continua. Não se trata da novidade pela novidade, mas que seja uma resposta ao homem e à mulher de hoje. Sabemos que a semente plantada dará seu fruto a seu tempo. A sabedoria constrói. Vivendo em Cristo, Sabedoria do Pai, poderemos dar respostas coerentes.

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