PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
“O povo
que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1).
O nascimento de Jesus passa despercebido pelo mundo, mas muito sentido pelo
Universo que brilha com todas as suas luzes. Isaias, o profeta, narrando a libertação
dos oprimidos, relata a alegria dessa libertação com comparações vividas pelo
povo. É como a festa de uma colheita bem sucedida. É a alegria da libertação
das mãos dos opressores. Tudo isso é garantido pelo nascimento de um menino
cheio das graças de Deus. Ele terá grande e eterno futuro (Is 9,1-6). Os anúncios dos profetas falam de luz. A própria oração
da missa assim nos faz rezar: “Ó Deus que fizestes resplandecer esta noite com
a claridade da verdadeira luz...”. Certamente temos consciência que a festa
iluminada não corresponde às luzes e belezas que possamos fazer. Participamos
da alegria e da luz de Deus. Deus não age para conosco com dó, mas com
participação de sua vida e sua glória. A liturgia do dia faz o anúncio do
nascimento de Jesus: “Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. A alegria é universal:
“Cantai ao Senhor, ó terra inteira!”. “O céu se rejubile exulte a terra, aplauda
o mar com tudo o que vive em suas águas. Os campos com seus frutos rejubilem e
exultem as florestas e as matas” (Sl 95).
O movimento desencadeado com nascimento de Jesus é espiritual, mas envolve a
todos. Tudo é Dele e para Ele (Rm 11,36). A consciência
do mistério nos leva a compreender que o modo de Deus se manifestar usando
nossa própria natureza unida à sua, tem consequências para o mundo e o universo
de todos os tempos. Deus não é oculto em seu mistério. Ele se manifestou para
nos levar a participar de sua vida e alegria.
2137. Glória
a Deus
Os Céus e todos os seres espirituais
cantam de alegria quando o Anjo anuncia aos pastores do nascimento de Jesus em
Belém. “De repente juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam e
louvavam a Deus dizendo: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens
por ele amados” (Lc 2,13-14). O Universo celeste
se manifesta no grande louvor. O nascimento em Belém tem a obscuridade da
condição humana, mas tem a beleza de uma festa de Deus. Ele escolheu o caminho
da simplicidade pois, para Deus, a palha ou o ouro têm o mesmo valor. As condições
de riqueza não lhe interessam. O que manifesta sua glória é a felicidade que o
momento contém. Não somos nós a dar critérios para as manifestações de Deus que
quer manifestar e mostrar sua benignidade e seu amor. Este será o caminho do
Redentor que acaba de nascer. É um profundo mistério dizer que Deus tomou a
natureza humana e foi conhecido como homem que dá a todos a condição de chegar
a Deus. E Paulo comenta em sua carta: “A graça de Deus se manifestou trazendo a
Salvação para todos os homens” (Tt 2,11).
2138. Nós vimos sua Glória
Meditar sobre o nascimento de Jesus
não é somente admirar a candura e a beleza de uma cena que nos toca o coração.
É parar diante do Mistério do Deus que vem fazer parte da nossa humanidade para
que ela passe a ter comunhão com Ele. O Verbo Eterno de Deus é sua Palavra
Encarnada. Deus vem fazer parte da humanidade. O Menino que nasce em Belém é a
expressão Divina da misericórdia do Deus que quer unir todos a si, resgatando
da maldade para purificar para Si um povo que lhe pertença. “Nós vimos sua
glória, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).
Deus se oferece e espera que tenhamos uma vida que nos leve ao eterno convívio. Conhecer a glória de Deus é manifestá-la em
nossas atitudes.
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