terça-feira, 9 de outubro de 2018

EVANGELHO DO DIA 9 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 10,38-42. 
Naquele tempo, Jesus entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada». Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Isabel da Santíssima Trindade (1880-1906) carmelita 
Último retiro, 10.º-11.º dias 
«Maria, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra» 
Para que nada me tire do silêncio interior, [manterei] sempre a mesma condição, o mesmo isolamento, o mesmo distanciamento, o mesmo despojamento. Se os meus desejos, os meus medos, as minhas alegrias ou as minhas dores [...] não estiverem perfeitamente ordenados para Deus, não estarei sozinha e haverá ruído em mim; por isso, é preciso serenidade, repouso das potências, concentração do ser. «Filha, escuta, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Porque o Rei deixou-se prender pela tua beleza» [Sl 45,11-12]. [...] Esquecer o próprio povo parece-me difícil; porque aqui «povo» é todo este mundo, que faz, por assim dizer, parte de nós: é a sensibilidade, são as memórias, as impressões, etc. [...] Quando a alma faz essa rutura, quando se liberta de tudo isso, o Rei fica prisioneiro da sua beleza. [...] Vendo o silêncio que reina na sua criatura e considerando que está absolutamente recolhida [...], o Criador fá-la passar por esta solidão imensa, infinita, [retira-a] para esse «lugar seguro» cantado pelo profeta (Sl 18,20), que é Ele próprio. [...] «Ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração» (Os 2,16). Ei-la, a alma entrada nessa vasta solidão em que Deus Se fará ouvir! São Paulo diz: «A palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas» (Heb 4,12). Portanto, será ela quem diretamente completará o trabalho de despojamento na alma. [...] Mas não basta ouvir a palavra, é necessário guardá-la (Jo 14,23). E é guardando-a que a alma será «consagrada na verdade» (Jo 17,17); é esse o desejo do Mestre [...], que prometeu àquele que guarda a sua palavra: «Meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,23) É toda a Trindade que habita na alma que a ama verdadeiramente, ou seja, que guarda a sua palavra.

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