Rezamos
na profissão de fé: “Creio em Jesus Cristo que... subiu aos céus e está sentado
à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os
mortos”. A Ascensão do Senhor é uma celebração que passa meio esquecida, mas é necessária
para a vida cristã. Ele é entronizado como Senhor do Universo. Cristo não é um
santo a mais. Junto do Pai é o Mediador a exercer seu Sumo Sacerdócio e
intercede para que o Pai nos dê o Espírito para nossa divinização. Sem a
glorificação, não teríamos recebido o Espírito. Os apóstolos, ao proclamarem
que Jesus ressuscitou, insistem: “Agora, exaltado pela direita de Deus, recebeu
do Pai o Espírito Santo, objeto da promessa, e O derramou” (At 2,33). Paulo
continua o pensamento: “Ele pôs tudo sob seus pés e fez Dele, que está acima de
tudo, a cabeça da Igreja, que é seu corpo, a plenitude daquele que possui a
plenitude universal” (Ef
1,22-23). A subida de Jesus é sua glorificação. É a garantia total da
realização das promessas de Deus. Não apelamos a uma realeza terrena, mas a Cristo
que é o centro para o qual converge todo
Universo, pois “Nele aprouve a Deus fazer habitar toda a Plenitude e
reconciliar por Ele todos os seres, os da terra e os dos céus, realiando a paz
pelo sangue de sua cruz” (Cl
1,19-20). A Ascensão de Jesus é a certeza que voltará com o envio do
Espírito. Agora vemos pelos olhos da
fé que veem mais profundamente que os olhos humanos.
Nossa
vitória
A
oração da missa nos confirma esta verdade: “A Ascensão de vosso Filho já é
nossa vitória... membros de seu corpo somos chamados na esperança a participar
de Sua Glória”. Esta realidade de nossa fé, dizemos mistério, é compreensível
pela união de Sua Divindade a nossa humanidade. Esta humanidade foi glorificada
no poder de Cristo como Senhor do Universo. O Filho eterno do Pai assumiu o frágil
filho do Homem que agora participa de Sua glória de ressuscitado. O prefácio
resume bem essa verdade: “Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus, não
para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos
conduzirá à glória da imortalidade”. Rezamos ainda: “Vós nos concedeis conviver
na terra com as realidades do Céu. Fazei que nossos corações se voltem para o
alto, onde está junto de vós nossa humanidade”. Em Cristo temos posse de nosso
direito de viver no Céu. Essa verdade não nos distancia dos problemas da terra,
mas nos estimulam a transformar a terra em um Céu para todos. Por isso os Anjos
dizem que não é para ficar olhando para o alto, pois Ele continua presente na
sua Igreja a serviço do mundo. O evangelista Lucas diz esta verdade: Levantou
as mãos os abençoava. “Abençoar significa prometer que o Senhor estará presente
em sua vida como ajuda e proteção e dará tudo o que terão necessidade para
permanecer fiel a sua vocação”.
Ele
continua nos seus discípulos.
Anunciando Sua Morte e Sua Ressurreição diz aos
apóstolos “sereis testemunhas de tudo isso”. Para essa missão enviará o
Espírito Santo, o mesmo que O animou em Sua missão. Podemos ler aqui que Jesus
continua em seus discípulos e é Ele quem anuncia a Palavra. Há um permanente
desejo, como clama Paulo aos Colossenses, de vivermos na terra, mas com o
coração no alto onde está Cristo (Cl 3,1-2). Jesus
está glorioso nos Céus, mas permanece, como poderíamos dizer, está com o
coração na terra, pois diz: “Estarei convoco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20).
Cada celebração nos remete à missão. Ela é de todos, pois participamos da
Glória “para que Deus seja tudo em todos”
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