terça-feira, 9 de janeiro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Ascensão do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Subiu aos Céus.
            Rezamos na profissão de fé: “Creio em Jesus Cristo que... subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”. A Ascensão do Senhor é uma celebração que passa meio esquecida, mas é necessária para a vida cristã. Ele é entronizado como Senhor do Universo. Cristo não é um santo a mais. Junto do Pai é o Mediador a exercer seu Sumo Sacerdócio e intercede para que o Pai nos dê o Espírito para nossa divinização. Sem a glorificação, não teríamos recebido o Espírito. Os apóstolos, ao proclamarem que Jesus ressuscitou, insistem: “Agora, exaltado pela direita de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo, objeto da promessa, e O derramou” (At 2,33). Paulo continua o pensamento: “Ele pôs tudo sob seus pés e fez Dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja, que é seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal” (Ef 1,22-23). A subida de Jesus é sua glorificação. É a garantia total da realização das promessas de Deus. Não apelamos a uma realeza terrena, mas a Cristo que é o centro  para o qual converge todo Universo, pois “Nele aprouve a Deus fazer habitar toda a Plenitude e reconciliar por Ele todos os seres, os da terra e os dos céus, realiando a paz pelo sangue de sua cruz” (Cl 1,19-20). A Ascensão de Jesus é a certeza que voltará com o envio do Espírito. Agora vemos pelos olhos da fé que veem mais profundamente que os olhos humanos.
Nossa vitória
            A oração da missa nos confirma esta verdade: “A Ascensão de vosso Filho já é nossa vitória... membros de seu corpo somos chamados na esperança a participar de Sua Glória”. Esta realidade de nossa fé, dizemos mistério, é compreensível pela união de Sua Divindade a nossa humanidade. Esta humanidade foi glorificada no poder de Cristo como Senhor do Universo. O Filho eterno do Pai assumiu o frágil filho do Homem que agora participa de Sua glória de ressuscitado. O prefácio resume bem essa verdade: “Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade”. Rezamos ainda: “Vós nos concedeis conviver na terra com as realidades do Céu. Fazei que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de vós nossa humanidade”. Em Cristo temos posse de nosso direito de viver no Céu. Essa verdade não nos distancia dos problemas da terra, mas nos estimulam a transformar a terra em um Céu para todos. Por isso os Anjos dizem que não é para ficar olhando para o alto, pois Ele continua presente na sua Igreja a serviço do mundo. O evangelista Lucas diz esta verdade: Levantou as mãos os abençoava. “Abençoar significa prometer que o Senhor estará presente em sua vida como ajuda e proteção e dará tudo o que terão necessidade para permanecer fiel a sua vocação”.
Ele continua nos seus discípulos.
Anunciando Sua Morte e Sua Ressurreição diz aos apóstolos “sereis testemunhas de tudo isso”. Para essa missão enviará o Espírito Santo, o mesmo que O animou em Sua missão. Podemos ler aqui que Jesus continua em seus discípulos e é Ele quem anuncia a Palavra. Há um permanente desejo, como clama Paulo aos Colossenses, de vivermos na terra, mas com o coração no alto onde está Cristo (Cl 3,1-2). Jesus está glorioso nos Céus, mas permanece, como poderíamos dizer, está com o coração na terra, pois diz: “Estarei convoco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Cada celebração nos remete à missão. Ela é de todos, pois participamos da Glória “para que Deus seja tudo em todos”

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