PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
“Fazer a vontade do Pai”
“Acolher
a Palavra”
Diante
do fechamento dos chefes do povo e dos sacerdotes do templo, Jesus propõe a
parábola dos dois filhos que recebem uma ordem do pai para irem trabalharem na
sua plantação. Um diz que não quer ir, mas depois vai. O outroiz que vai, mas
não vai. Qual dos dois fez a vontade do Pai? Pergunta Jesus. - O que foi,
repondem, mesmo tendo dito que não iria. Então aplica a eles a parábola, pois se
acham os “bons” do povo de Deus. Mas não acolheram as palavras de João que
chamava à conversão. Os pecadores e prostitutas acolheram. Mesmo tendo visto sua
conversão, não se converteram. Jesus mostra, então, que estão recusando a Ele que
é a Palavra do Pai. Assim não estão cumprindo a vontade do Pai. Os pagãos, que
eram distantes de Deus, acolheram o anúncio e foram acolhidos por Deus. E eles
não. O profeta exemplifica apresentando reclamação do povo que diz que Deus
está errado em seus julgamentos não considerando o justo que se extravia. Deus
é claro. Se for justo, mas pratica o mal, morre. Se o ímpio deixa o mal, ele
vive. Vemos aí a comparação com o evangelho. De nós é cobrada a fidelidade à
Palavra de Deus e a nossa fé em Jesus. Acreditar significa viver a fé. Dizer
que crê, mas não viver de acordo com a Palavra, não está na verdade e vive
longe de Deus. Por outro lado podemos encontrar pessoas que não fazem parte da
comunidade Igreja, mas realizam a Palavra em suas vidas, mesmo sem saber ou
conhecer a fé cristã. “Não basta dizer Senhor, Senhor, e ter uma prática que
não corresponda à fé. Esse não está no caminho de Deus, não faz a sua vontade. Então
não pode cobrar de Deus.
Tende
os sentimentos de Cristo
A
generosidade de Deus para com todos supera os limites de nossa imaginação.
Cristo,
ao se entregar à morte, obedece ao Pai que quer a salvação de todos (1Tm 2,4). No
evangelho deste domingo vimos que o filho que obedece é aquele que faz a
vontade do Pai, mesmo que se tenha negado obedecer. A obediência supera o mal
do pecado. Assim, como Paulo explica, Jesus é o Filho que assumiu a fragilidade
humana, carregou os pecados dos que negam. É fiel e faz a vontade do Pai: “Pois
Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele
que me enviou” (Jo,
3,38). Paulo, no hino da carta aos Filipenses, narra como Jesus obedeceu
ao Pai: Encarnou-se, apesar de ser Deus, assumiu a condição de escravo até a
morte e morte de cruz. Obedeceu ao extremo em sua entrega (l Fl,5-10). Por isso
Deus O exaltou. Faz a vontade do Pai quem cumpre a Palavra. E tem como resposta
a ressurreição. Ao sim do Filho há sempre o sim do Pai. Cristo expressa os
sentimentos do Pai para com todos ao assumir a condição humana. De Deus nada
mais precisamos esperar, pois, dando-nos Jesus nos deu todas as coisas (Rm 8,32). Se fizermos
o caminho de Jesus temos a certeza de estar respondendo sim ao Pai.
Recordai
vossa ternura
Para
responder corretamente ao Pai, somos instruídos pelo salmo 24 que nos põe em
oração justamente para conhecer a vontade do Pai e realizá-la em nossa vida:
“Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha
salvação” (Sl 24,4-5). Na fragilidade humana pedimos
que Deus não se esqueça de sua misericórdia. É curioso como nós fazemos memória
das grandezas de Deus, mas pedimos que Deus faça memória também de suas
misericórdias e bondade. Ele não é esquecido, mas nós temos a liberdade de
tratá-lo com esse carinho até jocoso, mesmo sabendo que o Senhor é piedade e
retidão...
Leituras: Ezequiel 18,25-28; Salmo 24;Filipenses 1,1-11;Mateus 21,28-32
1.
Para explicar que devemos responder positivamente à
palavra de Deus, Jesus nos conta a parábola dos dois filhos. Assim mostra aos
judeus que eles não acolheram a Palavra.
2.
A generosidade de Deus acontece em Jesus que obedece ao
Pai.
3.
Para responder ao Pai, pedimos que nos mostre seus
caminhos.
Certa a resposta
Em
confronto com seus adversários, Jesus propõe a questão da resposta ao projeto
de Deus. Conta uma parábola e pergunta: Qual dos dois fez a vontade do pai? Com
a resposta à questão colocada, mostra que os chefes não obedecem a Deus que
lhes confiou sua vinha, isto é, seu povo. De um lado estão os sacerdotes e
chefes do povo e do outro os pecadores. São os dois filhos. Os que dizem sim,
mas não vão trabalhar na vinha, desobedecem. Os que dizem não são os pecadores.
Mas depois vão trabalhar na vinha. Esses são o filho que obedece.
A parábola se aplica ao procedimento
dos sacerdotes e chefes do povo que receberam uma missão de Deus e não
cumpriram. Dá o exemplo dizendo que os pecadores e prostitutas acolheram a
pregação de João e eles, não. Agora propõe um mundo novo a mandado do Pai, e
eles recusam. Não obedecem.
Ele próprio dá o exemplo de quem
obedece ao Pai. Assumiu a condição humana e foi até ao extremo em sua entrega
obediente. Por isso, Deus O ressuscitou. Obedecer só dá lucro.
A
resposta está certa.
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