Evangelho segundo S. Mateus 21,28-32.
Naquele
tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Que vos
parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho,
vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois,
porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe
do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. Qual
dos dois fez a vontade ao pai?». Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus
disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão
diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós,
ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e
as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos
arrependestes, acreditando nele».
Tradução litúrgica da
Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz
(Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para a festa da Exaltação da Santa Cruz
«Seja feita a vossa vontade!» (Mt 6,10) Isto
resume toda a vida do Salvador. Ele veio ao mundo para fazer a vontade do Pai,
não apenas para expiar o pecado de desobediência com a sua obediência (Rom
5,19), mas também para conduzir os homens à sua vocação no caminho da
obediência.
A vontade dos seres criados não está feita para ser livre
sendo senhora de si própria; está chamada a conformar-se com a vontade de Deus.
Se com ela se conformar por submissão livre, é-lhe dado participar livremente no
aperfeiçoamento da criação. Se se recusar a fazê-lo, a criatura livre perde a
sua liberdade. A vontade do homem mantém o livre arbítrio, mas ele é seduzido
pelas coisas deste mundo, que puxam por ele e o empurram em direções que o
afastam do desenvolvimento da sua natureza tal como Deus a quis, e da finalidade
que ele próprio estabeleceu na sua liberdade original. Para além desta liberdade
original, perde a segurança da sua resolução, torna-se vago e indeciso, é
importunado por dúvidas e escrúpulos, ou fica endurecido no seu desregramento.
Contra isso, não há outro remédio senão seguir a Cristo, o Filho do
homem, que, não só obedecia diretamente ao Pai dos Céus, como também Se submeteu
aos homens que para Ele representavam a vontade do Pai. A obediência tal como
Deus a quis liberta a nossa vontade escrava de todos os laços com as coisas
criadas e devolve-lhe a liberdade. É também o caminho para a pureza do coração.
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