PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
673. Santos, gente do povo
No
estudo sobre a devoção na espiritualidade encontramos os santos. João escreve
no livro do Apocalipse, “vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de
todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap
9,4.9). Que festa! Do jeito que o povo gosta! O Céu está aberto a todos.
Quem é o santo? Aquele que vive o evangelho de Jesus, mesmo sem o conhecer. O
amor não precisa ser lido nem conhecido, mas realizado. Mesmo não conhecendo a
Deus, Deus nos conhece. Estamos falando dos que vivem na casa do Pai, onde há
muitas moradas (Jo 14,2). Santos são gente
do povo. A Igreja canoniza alguns poucos. Não que a Igreja faça os santos, mas
indica alguns modelos que viveram intensamente o evangelho. Como o Papa sabe
disso? O povo conta para ele: Esse homem ou mulher, viveu bem o evangelho,
amou, procurou servir as pessoas e cumpriu os deveres de sua vida. Conta através
de um processo, isto é, um grupo de pessoas que ouve as testemunhas que
conheceram, analisa sua vida, reconhece os milagres. Depois de tudo isso, a
pessoa é canonizada, isto é, colocada na lista (cânon) dos santos. Por que são
diferentes de nós? São de outras épocas, vestiam diferentes, ou eram padres,
bispos e freiras. Mas já temos santos de gravata, médica com estetoscópio, jovens
universitários com camisa esporte e até crianças. Temos poucos leigos porque as
pessoas pensavam que só santos eram os diferentes. Todos podem ser santos e
muito santos. O Papa reconhece e não faz o santo. Por que o Papa? Antes era o
povo, agora se organizou diferente. Para o futuro poderá ser diferente. Eu, pessoalmente,
tenho a minha vó paterna, falecida, como grande santa. Que cuida muito bem de
nós. Santo se fica em vida e não depois da morte. Você é santo!
674. Santos rezam pelo povo
Alguns
são implicados com o santo, negando o culto dos santos. Esse culto significa
adorar a Deus que, de modo admirável foi amado e vivido nesta pessoa, por ex.
S. Antonio. Não adoramos imagens, retratos de nossos santos. Veneremos;
Chama-se culto de ‘doulia”. Para Deus prestamos o culto de “latria”, isto é,
adoração. (Idolatria, quer dizer, adorar o que não é Deus). Rezamos a Deus,
unidos ao santo que veneramos. Podemos rezar pedindo ao santo? A gente ouve as
pessoas dizerem: vou rezar por você, vou fazer um milagre, tirar sua doença. E
acontece! Quantos não fazem milagres em vida! Quando morrem, diante de Deus, rezam
por nós, como rezavam quando estavam vivos entre nós. Podem rezar melhor ainda,
pois estão unidos a Deus em perfeição, sem pecado. Os santos são nossos amigos
e irmãos, unidos conosco no Corpo de Cristo.
675. O povo ama seus amigos
santos
O amor do povo de
Deus aos santos vem desde os primórdios do cristianismo com o culto dos
mártires e depois daqueles que não foram mártires, mas dedicaram sua vida a
Deus e ao povo. Eles recolhiam o corpo do mártir e o sepultavam com honras e,
anualmente, no dia de seu nascimento para Deus (morte) celebravam a Eucaristia
em seu túmulo. Guardavam suas relíquias. Celebravam sua vida no Sacrifício de
Cristo. Assim nasceu a devoção aos santos. É claro que ela deve ser sempre regulada
pelos princípios da fé e pela justa compreensão de nossa união no mistério de
Cristo. O povo desenvolveu muitas fórmulas, algumas exageradas outras exatas de
venerar e cultuar os santos. Ele tem consciência de sua intercessão junto de
Deus. Coibindo o exagero, saímos bem.
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