Evangelho segundo S. Mateus 12,38-42.
Naquele
tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: «Mestre, queremos ver um
sinal da tua parte». Mas Jesus respondeu-lhes: «Esta geração perversa e
infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do
profeta Jonas. Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da
baleia, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no seio da terra. No dia do Juízo, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e
hão-de condená-la, porque fizeram penitência quando Jonas pregou; e aqui está
quem é maior do que Jonas. No dia do Juízo, a rainha do Sul erguer-se-á com
esta geração e há-de condená-la, porque veio dos confins da terra para ouvir a
sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Cirilo de Jerusalém (313-350),
bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese n.º 20 / 2.ª mistagógica
O sinal de Jonas
Fostes conduzidos pela mão à piscina
batismal, como Cristo o foi da cruz até ao túmulo que está diante de vós [na
igreja do Santo Sepulcro]. Depois de terdes confessado a vossa fé no Pai, no
Filho e no Espírito Santo, fostes imersos três vezes na água e três vezes
emergistes, símbolo dos três dias que Cristo passou no túmulo. Tal como o nosso
Salvador passou três dias e três noites no coração da terra, também vós, ao
saírdes da água depois da vossa imersão, haveis imitado Cristo. [...] Quando
imergistes, estáveis na noite, não víeis nada; mas ao saírdes da água estáveis
como que em pleno dia. Num mesmo movimento, morrestes e nascestes; essa água que
salva foi ao mesmo tempo o vosso túmulo e a vossa mãe. [...]
Estranho
paradoxo! Não estamos verdadeiramente mortos, não fomos verdadeiramente
sepultados, não fomos verdadeiramente crucificados nem ressuscitados; mas, se
esta nossa imitação não é mais do que uma imagem, a salvação é uma realidade.
Cristo foi realmente crucificado, realmente sepultado e verdadeiramente
ressuscitou, e toda esta graça nos é dada para que, participando nos seus
sofrimentos e imitando-os, ganhemos a salvação. Que imenso amor pelos homens!
Cristo recebeu os pregos nas suas mãos puras e sofreu; a mim, sem sofrimento e
sem dor, concede-me por esta participação a graça da salvação. [...]
Sabemo-lo bem: se é certo que o batismo nos purifica dos pecados e nos
dá o Espírito Santo, ele é também a réplica da Paixão de Cristo. É por isso que
Paulo proclama: «Não o sabeis? Nós todos, que fomos batizados em Jesus Cristo,
foi na sua morte que fomos batizados. Fomos portanto sepultados com Ele no
batismo.» [...] Tudo o que Cristo suportou, foi por nós e para nossa salvação,
na realidade e não em aparência. [...] E nós tornamo-nos participantes dos seus
sofrimentos. Por isso, Paulo continua a proclamar: «Se nos tornámos um só com
Cristo por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos também por uma ressurreição
que se lhe assemelhe» (Rom 6,3-5).
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