Originários da Pérsia, talvez fossem príncipes: Abdon era mais velho e Senén mais novo. Convertidos ao cristianismo, em Roma, sepultavam os mártires com generosidade. Era o século III, durante a perseguição de Décio. Presos, ambos se recusam oferecer sacrifícios aos ídolos e morreram como mártires.
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† Roma, século III
Abdon e Sennen são originários da Pérsia. Convertidos ao cristianismo, foram presos durante a perseguição ordenada pelo Imperador Décio (século III). Acorrentados, foram levados para Roma, onde foram primeiro espancados e depois martirizados, mortos à espada, provavelmente no Coliseu.
Suas relíquias estão preservadas na Basílica de São Marcos Evangelista, no Monte Capitolino, para onde foram trazidas pelo Papa Gregório IV do cemitério de Pôncio.
Martirológio Romano: Em Roma, no cemitério de Pontianus, na Via Portuense, os Santos Abdon e Sennen, mártires.
Abdon e Sennen são dois mártires que certamente existiram no século III e foram martirizados em Roma. As informações sobre suas vidas são lendárias, mas deve haver, sem dúvida, alguma verdade nelas. Primeiro, eles são lembrados em um grande número de textos oficiais e martirológios, como o "Depositio Martyrum", o "Martyrologio Hieronymiano", o "Calendário de Mármore de Nápoles" e os "Sacramentários Gelasiano e Gregoriano".
Esses textos mencionam a deposição das relíquias dos santos mártires de Roma, Abdos e Sennes, no Cemitério de Pôncio; este cemitério ficava na Via Portuense, perto da atual Via Alessandro Poerio. Alguns, como o "Martyrologio Hieronymiano", citam a celebração em 30 de julho, data que mais tarde se tornou parte do "Martirológio Romano", o texto oficial em vigor na Igreja Católica.
Outros textos medievais famosos ainda lembram que muitos peregrinos que vinham a Roma visitavam a Via Portuense, entrando na basílica onde seus corpos repousavam. Esta igreja era bastante grande e o "Liber Pontificalis" afirma que ela foi restaurada pelos Papas Adriano I (772-795) e Nicolau I (858-867).
O autor desconhecido da "Passio" dos dois santos, talvez influenciado por seus nomes exóticos, os classifica como dois príncipes persas que, em sua condição de escravos ou libertos em Roma, se dedicaram a sepultar os mártires.
Esse compromisso levou-os a serem acusados pelo Imperador Décio (200-251), o arquiteto da sétima perseguição contra os cristãos, que os aprisionou; mais tarde, eles compareceram perante o Senado, vestidos com roupas dignas, mas acorrentados. Por se recusarem, segundo o costume, a sacrificar aos ídolos, foram condenados à morte e levados ao anfiteatro onde se erguia o Colosso de Nero, entre o Anfiteatro Flaviano e o Templo de Vênus, para serem devorados por feras.
Mas eles milagrosamente domesticaram os animais, que os evitaram, então Abdon e Sennen foram decapitados por gladiadores. Seus corpos foram jogados diante da estátua do Sol, onde permaneceram por três dias, até que o diácono Quirino os recolheu e os escondeu em sua casa, onde permaneceram por um longo tempo.
Mais tarde, graças a uma revelação (um fenômeno que aparece em muitas vidas de santos), eles foram encontrados e levados ao Cemitério de Pôncio. Neste cemitério há um afresco do século VI representando-os com barbas, vestidos com túnicas e usando gorros frígios. Acima do afresco, uma inscrição em latim os nomeia inequivocamente; no afresco, Abdon parece mais maduro, com uma barba curta e redonda, enquanto Sennen tem uma barba pontuda e é certamente mais jovem; no mesmo cemitério, foi encontrada uma lâmpada de terracota do século V, com a imagem de uma figura rezando, coberta por um rico manto persa e com uma barba curta e redonda, com quem Abdon foi identificado.
Suas relíquias foram então "depositadas" na Basílica de São Marcos, Papa, durante o reinado do Papa Sisto IV (1471-1484). De fato, em 1948, uma arca de granito foi encontrada sob o altar-mor, contendo um grande baú de cipreste com muitas relíquias e um pergaminho datado de 1474, que indicava a deposição das relíquias do Papa Marcos, dos mártires Abdon e Sennen, Restitutus e outros.
Na Idade Média, algumas das relíquias foram transferidas para Arles-sur-Tech, nos Pireneus Orientais; a diocese francesa de Perpignon, precisamente nos Pireneus, os venera como seus padroeiros. Os dois santos foram tema privilegiado de muitas obras artísticas em diversas igrejas e catedrais, na Itália e na Europa; além da riqueza de suas vestes, que indica sua origem persa, eles frequentemente usam um diadema real, como o que às vezes é atribuído aos Três Reis Magos, que eram, na verdade, orientais. Mas sua presença constante é a espada com a qual foram decapitados.
Na Basílica de São Marcos, em Roma, há um altar com suas relíquias dedicadas a eles.
Autor: Antonio Borrelli
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