domingo, 15 de outubro de 2023

SANTO EUTÍMIO, o Jovem Eremita (823-898)

Eremita grego, também conhecido
 sob o nome de Nicetas de Tessalónica.
Santo Eutímio, o Jovem, ou de Tessalónica, é uma das figuras mais célebres do monaquismo grego do século IX; sucessivamente anacoreta, fundador de lauras ou celas comuns, e de mosteiros, e por último, eremita; dependeu dos solitários de antes e dos cenobitas que se organizavam. Nasceu em Opso, na Galácia (Ásia Menor), não longe da cidade de Ancira, no ano de 823 ou 824. O pai chamava-se Epifânio e a mãe Ana. Deram ao filho o nome de Nicetas; este, um pouco antes dos 20 anos, casou-se com Eufrosina. Tiveram uma filha, Anastasô. Pouco depois, Nicetas abandonou o lar e partiu para o monte Olimpo, na Bitínia, a «santa montanha». Terá tomado contacto com S. Joanico, aldeão, soldado, monge, eremita e fundador de três mosteiros no Olimpo. Em 842, Nicetas – Eutímio na religião – recebeu o hábito monástico menor. Mas, logo que obteve o maior, partiu para o Atos, a outra «santa montanha» do mundo bizantino (858-859), talvez em protesto contra a usurpação de Fócio na capital do Bósforo. Na verdade, a sua partida seguiu o exílio do patriarca de Constantinopla, Inácio (23 de Novembro de 858), fundador de quatro mosteiros e substituído pelo intruso Fócio. Os monges do Olimpo, integristas como os da capital, mantinham-se quase todos fiéis a Inácio. Triste época, perturbada pelo fim das perseguições iconoclastas e pelo cisma que iria durar de 858 até ao fim do século IX! No monte Atos, Eutímio ficou numa gruta durante três anos, depois de 40 dias de jejum só com ervas e água. Por 863, foi procurar no Monte Olimpo o seu antigo senhor, Teodoro, e instalou-o em Macrosina, onde pouco depois morreu. Eutímio dirigiu-se para Tessalónica, a fim de se colocar no alto duma coluna, como S. Simeão Estilista. Foi assim que experimentou a vida esquisita dos estilistas, bem característica do monaquismo oriental. Por 864, tornou a partir para o Atos. O bispo Teodoro tinha-o ordenado de diácono. Veio a ser sacerdote por 867. Estabeleceu-se então na Ilha Nova, diocese de Lemnos, com dois companheiros, José Colobos (o «atarracado») e Simeão. Apesar de esbulhados de tudo por uma incursão de piratas sarracenos, foram libertados. Então, cerca de ano de 868, o grupo de três desfez-se. Em 870-71, Eutímio fundou um mosteiro onde iria passar 14 anos. Em 875 deu o hábito ao seu futuro biógrafo, Basílio. Por 883-884, Eutímio entrou em partilhas com a família; deixou o mosteiro de homens ao neto Metódio e o de mulheres à neta Eufémia: migração a caminho de ser monge completo, que lembra um pouco a ida da família de José para o Egipto. Depois dum regresso pouco duradouro à vida de estilista, Eutímio retirou-se para a pendente oriental de Atos. A 8 de Maio de 898, passou com o monge Jorge à ilha Hiera («santa»), depois de ter festejado, na véspera, a trasladação de Santo Eutímio Magno, abade na Palestina, falecido em 473. A 13 de Outubro de 898, o nosso Santo caiu doente. Morreu a 15, com 74 anos. A 22 de Dezembro, o seu corpo foi levado para Tessalónica por dois monges, e a 13 de Janeiro recebeu sepultura em Santo Sozon. Não nos deixemos levar pelas aparências, chamado instável a Eutímio. Partir ele do Olimpo, por 859, foi talvez antes de tudo um protesto contra o intruso Focas, e ignoramos os motivos de muitas das suas deslocações. Insistia na pureza do diálogo com Deus. As suas mudanças bem podem mostrar a estabilidade íntima no espírito do eremitismo. Procura-se Deus como se pode; alguns à maneira das toupeiras em buracos, outros instalados dia e noite no alto das colunas… 
Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.

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