Jesus encarnou-se em nossa humildade. Para realizar sua missão quis homens humildes. Mesmo mais culto, Paulo era humano e sujeito à fragilidade. Quando Jesus quer saber o que pensam Dele, tem em seus discípulos a resposta que é o início da Igreja, pois sua resposta não provém do homem, mas de Deus. Mesmo hoje, quando cremos é porque Ele provoca em nós a fé: “Por sua palavra muitos hão de crer em mim” (Jo 17,20). Na fragilidade de sua missão, Jesus conta com a fragilidade dos discípulos para que sua Igreja se fundamente em Deus e não na sabedoria humana. Por que Jesus necessitou da profissão de fé de Pedro? O nome Simão significa dócil à Palavra. Sua fé dócil é rocha firme sobre a qual se constrói a Igreja. Podemos também entender que a fé humilde do povo é o sustentáculo da Igreja. Sobre ela se edifica constantemente a Igreja. Pedro e Paulo nos deram as primícias da Igreja (oração). Tudo que ligares na terra será ligado no Céu. Os que possuem esta fé abrem o caminho para a salvação, movidos pelo Espírito, sustentados pelo Pai e guiados por Jesus. A pregação dos apóstolos continua a missão de Jesus que atua para a nossa salvação. Por isso Jesus protege e ampara seus dois homens escolhidos para a missão entre os filhos da promessa e os povos vindos do paganismo. Pedro é libertado da prisão de modo misterioso (At 12,9-11). Foram anjos, ou pessoas como anjos? Certamente os cristãos podem continuar esta missão e, através da fé libertar as amarras que prendem as pessoas. Paulo sabe que o Senhor esteve com ele e o libertou da boca do leão. O Senhor sempre liberta de todo mal (2Tm 4,17). A Igreja tem consciência da presença do Senhor, libertando-a de todo mal por meio da purificação. Por mais pecadores sejam seus seguidores, Jesus aceita e acolhe sua profissão de fé. É o que disse Jesus a Pedro na ceia: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu para vos peneirar como o trigo; eu porém, orei por ti, afim que tua fé não desfaleça. Quando, porém te converteres, confirma os teus irmãos” (Lc. 22,31-3). Deus conta com nossa fragilidade quando nos dá o dom da fé.
Uma Igreja a construir
Marcos escreve: os apóstolos “saíram a pregar por toda parte agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). Jesus manda fazer discípulos seus, todas as nações, batizando e ensinando a observar o que ordenou (Mt 28,19-20). Verificamos na Igreja um cansaço diante da Palavra e da formação das comunidades. É uma doce ilusão ver uma Igreja cheia, quando há milhões fora. As grandes cidades não carecem de evangelização. Há muita palavra e pouca ação. Nossa Palavra anda vazia e não provoca. Por que? A acomodação não nos salvará. Ver as multidões e não ter compaixão é, no mínimo, falta de inteligência espiritual, para não dizer diabólico.
Apóstolo como eles.
“O Inferno não poderá vencê-la”, nem os seguidores do Maligno. Mas precisamos renovar a Igreja com o ensinamento dos apóstolos. Como Eles, precisamos ter coragem de arriscar na evangelização e buscar quais as causas do ateísmo. Operários sem vigor que se apóiam no vazio. Teremos a segurança na dificuldade, alegria na fé e esperança no fracasso. Mas é preciso seguir estes apóstolos. Não basta garantir as defesas da verdade na Igreja. É necessário lançar as redes em águas mais profundas. Ousar por Jesus!
Leituras:Atos 12.1-11; Salmo 33;
2Tm 4,6-8.17-18;Mateus 16,13-19
1.Jesus escolheu homens frágeis para continuar sua missão, porque também era frágil. A resposta dos discípulos é o início da Igreja, pois a resposta provém de Deus. A profissão de fé de Simão Pedro, que significa dócil à Palavra.. Sua fé é a rocha firme sobre a qual se constrói a Igreja. Os que têm fé abrem caminho para a salvação. Jesus continua protegendo seus apóstolos. Deus toma conta de nossa fragilidade.
2.Jesus manda fazer discípulos seus, todas as nações batizando e ensinando-as a observar o que ordenou. Hoje vemos cansaço diante da Palavra e da formação das comunidades. Ver as multidões e não ter compaixão pode ser até diabólico.
3.O Inferno não pode vencer a Igreja, mas precisamos renová-la com o ensinamento dos apóstolos. Precisamos ter coragem para arriscar na evangelização. Não basta defender a Igreja dos ataques mas lançar redes em águas mais profundas. Ousar por Jesus.
Ninguém segura esse time
Celebramos a festa de dois grandes homens, duas colunas da Igreja. São tão diferentes: Um, simples pescador; outro, um grande doutor; unidos pelo mesmo amor e a mesma fé em Jesus. E se queriam bem e se respeitavam e se enfrentavam quando era preciso.
O que os faz grandes? A fé em Jesus. Pedro diz: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Paulo: “Combati o bom combate, guardei a fé!”. Eram perseguidos, mas não vencidos. Todos contra eles. Pedro é preso para ser morto. Paulo pronto para ser sacrificado. Pedro é libertado por um anjo e Paulo libertado da boca do leão. Reconhecem: O Senhor esteve ao meu lado, diz Paulo. E Pedro conclui: Mandou-me um anjo para libertar-me.
Lemos em outros textos o quanto foram capazes de mudar para servir a Deus. Levam adiante a missão de estabelecer e confirmar a fé dos irmãos.
A palavra de Jesus a Pedro é fabulosa: “Tu és Pedro e sobre esta pedra (em hebraico, Pedro e pedra, são a mesma palavra: CEFAS) edificarei e minha Igreja e o poder do Inferno nunca poderá vencê-la”.
Homilia da Solenidade de S. Pedro e S. Paulo (03.07.2011)
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