A Igreja Católica na Polônia celebra a memória dos 108 mártires da segunda guerra mundial. No meio desse grupo de mártires se encontram um sacerdote: o Beato Padre Antônio Leszczewicz que movido pela fé e munido de coragem seguiu Jesus Cristo de uma forma radical, isto é, configurando-se ao Mestre, derramou, como Ele, o próprio sangue, sendo queimado vivo junto com seus paroquianos. Durante a segunda guerra mundial houveram muitos mártires. Entre eles leigos, religiosos e religiosas, sacerdotes, bispos e outros prelados cujo exemplo nos encorajam a testemunhar a fé nos tempos de hoje. Em 13 de junho 2000, João Paulo II proclamou-o beato.
Nasceu no dia 30 de setembro de 1890, em Abramowo, na Lituânia. Seus pais eram João e Carolina. Teve quatro irmãos. Em 1908 entrou no Seminário Diocesano em Mohylew em Petersburgo. No decorrer de quatro anos passou pelos estudos de filosofia e teologia. “Foi sempre um aluno aplicado e dedicava-se inteiramente aos estudos”.
Foi ordenado diácono no inicio de 1914 e no dia 14 de abril de 1914 foi ordenado sacerdote. Após as solenidades das primícias, o jovem sacerdote dedicou-se aos trabalhos pastorais, que desempenhou por quase 25 anos no Extremo Oriente, sem nunca visitar a família nem a pátria. Já perto do seu jubileu de prata sacerdotal, o padre Antônio tomou a inesperada decisão de ingressar numa ordem religiosa.
Conhecendo o padre André Cikoto, o qual era da Congregação dos Marianos, em Harbin (China), decidiu entrar na comunidade dos padres marianos. E, no dia 13 de junho de 1939, professou os primeiros votos religiosos. Neste período, o padre Antônio foi trabalhar em Druia – Bielo-Rússia. Passado apenas uma semana de sua estadia nessa localidade, eclodiu a segunda guerra mundial. Druia foi dominada pelos exércitos soviéticos. A igreja paroquial foi transferida para Rosica, localizada a 30 km de Druia.
No final de outubro de 1941, o padre Antônio organizou em Rosica uma grande celebração. A partir de novembro daquele ano passou a viver permanentemente nessa paróquia. Em meados de fevereiro de 1943, Druia foi ocupada pelo estado maior alemão e em Rosica se instalaram destacamentos de expedições punitivas. No dia 16 de fevereiro de 1943, numa terça-feira, o exército queimou as casas, e os moradores, sob ameaça de fuzis, refugiaram-se na igreja paroquial de Rosica. Ali os padres confessavam, distribuíam a comunhão, batizavam, ungiam, preparavam as pessoas para a morte.
O padre Antônio foi levado pelos nazistas no dia 17 de fevereiro à tarde. As religiosas que se despediram dele, recordam que quando os nazistas o levaram ele estava alegre e sorria. Ele ordenou a elas que fossem corajosas e que rezassem sempre. Mais luz projetam sobre a sua atitude as palavras de uma das testemunhas. Nos seus paroquianos, padre Antônio queria incutir a esperança cristã na vida eterna, esperança que ele viveu: “Não chorem… Deus nos pede o sacrifício de nossas vidas. Nós temos que depositar esse sacrifício aos Seus pés. Um breve momento e a vida eterna espera por nós. E eu vos asseguro diante de Deus que está aqui conosco na igreja, garanto-vos em Seu nome, que se aceitarem a Sua vontade, receberão o Céu (…). Adeus no Céu”. Assim morreu o pastor que não quis deixar as suas ovelhas abandonadas.
O padre Antônio e outros cristãos foram queimados em uma velha choupana de madeira.
O Padre Antônio foi honrados por sua fé quando o Papa João Paulo II o beatificou, no dia 13 de junho de 2000, em Varsóvia – Polônia, juntamente com o grupo de outros 106 mártires, vítimas da Segunda Guerra Mundial. Peçamos a intercessão de nosso Irmão Bem-Aventurado Antônio para que alcance junto de Deus a graça da nossa perseverança na fé.
Oração pedindo graças pela intercessão
dos 108 bem-aventurados mártires
(do qual fazem parte os bem-aventurados
padres Antônio Leszczewicz e Jorge Kaszyra)
Senhor e Deus nosso, que proporcionastes a graça do martírio aos Vossos Servos, filhos e filhas da terra polonesa, bendito sejais pelo dom da sua fé e amor, pela sua confiança no poder da oração, pelo ministério sacerdotal, pelo amor às pessoas e à terra pátria.
Bendito sejais porque com a Vossa palavra de misericórdia e de reconciliação eles transpuseram incansavelmente todas as fronteiras das divisões humanas, para que todos fossem um na glorificação do Vosso amor. Bendito sejais pelo seu amor heroico, pelo qual aceitaram o sofrimento e a morte de mártires, imitando o Sacrifício do Divino Mestre .
Deus uno na Santíssima Trindade, bendito seja Vosso santo Nome pelos bem-aventurados mártires da nossa terra polonesa, agora e pelos séculos. Amém.
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