sábado, 8 de outubro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Solenidade de todos os Santos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Uma festa de família
 
A Igreja de Jesus não deixa ninguém esquecido no seu valor como filho de Deus e irmão. Por isso celebramos a festa de Todos os Santos. Trata-se de, em uma única celebração, lembrar todos os homens e mulheres de todos os tempos, de todos os povos, línguas e nações (Ap 7,9) que durante sua vida buscaram viver a fé, a justiça e o amor. Todos, desde o menor abortado até o mais ancião. Todos estão diante do Trono do Cordeiro, Jesus (9). Entre eles estão também aqueles que não conheceram a Cristo, mas buscaram a Deus na verdade e na justiça. É uma festa de família. É importante perceber que não nos distanciamos de nossos queridos, pois estamos unidos a eles, em Deus. Nós os amamos e eles nos amam. Temos na Igreja muitos fiéis que foram beatificados e até canonizados. Eles não são os únicos santos. Eles são alguns poucos que foram escolhidos pelo povo e reconhecidos pela Igreja e foram colocados como modelos. Certamente foram pessoas de grande valor. Em todo caso, no Céu, não existe santo maior ou menor. Só Deus é grande. Vivem a santidade de Deus. Por exemplo: aquele filho que foi abortado nos primeiros momentos da gestação, mártir de nossa maldade ou ignorância, é um santo junto de Deus. É tão grande como os santos que conhecemos. O que fazem os santos? Vivem em Deus e rezam por nós. São nossos modelos. Não que devamos fazer o que fizeram, pois cada um tem seu jeito de ser santo. São modelos de fidelidade a Deus. 
Um presente de amor 
Todos são chamados à santidade. Ela é, primeiramente um dom e depois uma conquista. Sempre dizemos que devemos ser santos. João escreve: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus e nós o somos! (1Jo 3,1). Nós somos santos pelo que Deus realiza em nós e pecadores em conversão, correspondendo a esse presente de amor. A filiação divina não é somente um título, pois somos filhos de fato, participando da natureza divina e santidade. No ensinamento sobre a santidade se salientou, como fundamental, o esforço pessoal. Foi bem e deu resultados. Mas é preciso colocar como fundamental, a participação da vida divina, pois gratuitamente fomos amados, salvos e inseridos em Cristo. O esforço é não perder esse dom e fazer nossa parte. Aí sim, entra a luta de conversão para crescer em Deus, nos pensamentos de Deus (Is 55,8) e nos sentimentos de Cristo (Fl 2,5). João escreve que os que estavam diante do trono haviam alvejado suas vestes no sangue do Cordeiro, Cristo (Ap 7,14). Esses são as testemunhas de Cristo, purificados pelo amor de Deus e pelo esforço pessoal, indo até mesmo à morte por Cristo, pela verdade, pela justiça e pelo amor. 
Santos, mas, como? 
O caminho da santidade e do esforço pessoal está em viver as bem-aventuranças, que na realidade são o caminho do amor simples e sincero. Muito fácil ser santo: basta amar. Esse caminho é aberto a todos. Ninguém pode se sentir impedido ou dizer: isso não é para mim. O mal é não se interessar em acolher o dom e não fazer o empenho de buscar a vontade de Deus, o seguimento de Jesus e a vida da comunidade. Devemos compreender que é fácil ser santo e que todos podem. Em cada Eucaristia entramos em comunhão com todos os santos, pois somos o Corpo de Cristo que celebra. A missa é o momento de amá-los e abraçá-los no único Corpo de Cristo. Entramos também em comunhão com eles, pois estão em comunhão com a Trindade. Fora disso é impossível. 
Leituras: Apocalipse 7,2-4.9-14;Salmo 23;
 1 João 3,1-3; Mateus 5,1-12ª. 
1. Celebramos a festa de Todos os Santos para que, em uma única celebração, lembremos todas as pessoas que estão nos céus, de todos os tempos, povos e línguas que procuram viver a fé, a justiça e o amor. Há pessoas beatificadas ou canonizadas. Lembramos também nossos queridos familiares e amigos falecidos. Não nos distanciamos deles, pois nos amam em Deus. Todos são santos. Não há santo maior ou menor. Só Deus é grande. Eles são nossos modelos e intercessores. 
2. Todos são chamados à santidade. Ela é um dom e uma conquista. Somos santos da parte de Deus e pecadores em conversão, correspondendo ao dom do amor que nos fez filhos. Participamos da vida de Deus. Esse vem em primeiro lugar, depois vem o esforço pessoal. Toda essa multidão é testemunha de Jesus. 
3. Viver as bem-aventuranças é o caminho da santidade. Elas se resumem no amor. Esse caminho é aberto a todos. O mal está em não se interessar em acolher o dom e em fazer empenho de buscar a vontade de Deus, o seguimento de Jesus e a vida de comunidade. Em cada Eucaristia entramos em comunhão com todos os santos, tantos que são nossos parentes e amigos, pois formamos o Corpo de Cristo. 
Dançando nas nuvens 
Que gostoso saber que é uma multidão de homens e mulheres de todas as nações, tribos povos e línguas (não só 144 mil, como dizem alguns). É festa de portão aberto. Não queira pensar que só você é bom. Tem gente santa por todo lado. Estamos tropeçando em santos. Deus nos ama, tanto que nos deu o presente de sermos chamados filhos. E mais, seremos como Jesus é (1Jo 3,1-3). Mas é possível ser santo? Fácil! Não tem segredos nem mistérios. Jesus nos dá a receita: pobre em espírito (tem o Reino dos Céus); aflito pela prática do bem (vai ser atendido); ser manso (tem gente brava por aí, mas a terra é dos mansos); tem fome e sede de justiça (Deus vai atender); misericordiosos (Deus é misericordioso com ele); puros de coração (verão a Deus – o que é coração puro? O que não tem má intenção); os promotores da paz (são os filhos de Deus); os perseguidos (vai ser recompensado). Não é fácil? Por que está perdendo tempo? Seja santo e logo. 
Homilia de Todos os Santos
EM NOVEMBRO DE 2007

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