Evangelho segundo São Lucas 13,1-9.
Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus?
Eu digo-vos que não. E, se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo.
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E, se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante».
Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: "Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há de estar ela a ocupar inutilmente a terra?"
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: "Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano"».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge, bispo
Sermão 37,1; SC 243
«Pecadores, lembrai-vos disto e meditai»
Há muitas coisas que não conseguimos realizar fisicamente, pela nossa fraqueza humana; mas, se o desejarmos verdadeiramente, poderemos, com a inspiração de Deus, encontrar amor no nosso coração. Há coisas que não conseguimos tirar do sótão, da adega ou da despensa de nossa casa, mas não temos nenhuma desculpa quando se trata do coração. Ninguém nos diz: «Ide para o Oriente à procura do amor; navegai para Ocidente e encontrareis o amor». Não, ordenam-nos que entremos no interior do nosso coração, de onde a cólera nos faz sair com tanta frequência. Como diz o profeta: «Pecadores, lembrai-vos disto e meditai» (Is 46,8). Não é em países distantes que encontramos o que o Senhor nos pede; Ele envia-nos para dentro de nós mesmos, para o nosso coração, porque colocou em nós o que nos pede. O amor perfeito é a boa vontade da alma; foi acerca dele que os anjos proclamaram aos pastores: «Paz na Terra aos homens de boa vontade» (Lc 2,14). Trabalhemos, pois, com todas as nossas forças e com a ajuda de Deus, para dar o primeiro lugar na nossa alma à bondade e não ao mal, à paciência e não à cólera, à benevolência e não à inveja, à humildade e não ao orgulho. Em suma, que a delicadeza do amor tome de tal modo posse do nosso coração que não deixe espaço para a amargura do rancor.
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