quinta-feira, 6 de outubro de 2022

EVANGELHO DO DIA 6 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 11,5-13. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: "Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar". Ele poderá responder lá de dentro: "Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães". Eu vos digo: se ele não se levantar por ser amigo, ao menos por causa da sua insistência levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede, recebe; quem procura, encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Simeão o Novo Teólogo, 
monge grego (949-1022)
Catequese 33
«A quem bate à porta, abrir-se-á» 
Diz Cristo aos doutores da Lei: «Ai de vós, doutores da Lei, porque tirastes a chave da ciência» (Lc 11,52). O que é a chave da ciência, senão a graça do Espírito Santo que nos foi dada dada pela fé, que produz, por iluminação, o conhecimento pleno, e que abre o nosso espírito fechado e velado? E direi ainda: a porta é o Filho: «Eu sou a Porta», diz Ele (Jo 10,7). A chave da porta é o Espírito Santo: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20,22-23). A casa é o Pai: «Na casa de meu Pai há muitas moradas» (Jo 14,2). Presta pois atenção ao sentido espiritual destas palavras. Se a porta não se abrir, ninguém entrará na casa do Pai, como diz Cristo: «Ninguém vem ao Pai senão por Mim» (Jo 14,6). E foi também Ele que disse que o Espírito Santo é o primeiro a abrir-nos o espírito e a ensinar-nos aquilo que diz respeito ao Pai e ao Filho: «Quando vier o Consolador, que vos hei de enviar da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim» (Jo 15,26). Como vês, pelo Espírito, ou antes, no Espírito, o Pai e o Filho dão-Se a conhecer inseparavelmente. Com efeito, chamamos chave ao Espírito Santo, porque é principalmente por Ele e nele que temos o espírito clarificado e que, purificados, somos iluminados com a luz do conhecimento e batizados com o que vem do alto, regenerados e tornados filhos de Deus, como diz São Paulo: «É o próprio Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8,26), e ainda: «Deus enviou aos nossos corações o Espírito que clama: "Abbá! Pai!"» (Gal 4,6). É Ele, pois, que nos aponta a porta, porta que é luz, e a porta ensina-nos que Aquele que habita na casa também é uma luz inacessível.

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