Muitos reclamam que não vão a comunidade porque as pessoas aproveitam para fazer um desfile de modas e ficam reparando nos outros. É uma pena essa aberração.
Hoje a liberdade, ou algo entendido como liberdade permite que as pessoas andem e se apresentem como querem passando por cima de situações as mais elementares. Assim vemos do mais lindo ao mais degradante e avacalhado, onde não se tem o senso do ridículo. Estamos entre os que sabem se colocar e os que descem à baixaria achando que estão abafando.
Um ditado dizia: “Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.” A veste aparece como um sinal da pessoa humana em sua identidade e sua distinção. Num primeiro estágio a veste é a proteção do corpo. Num segundo tempo a veste expressa a identidade, a sensibilidade, a educação, a cultura, seus conceitos, sua vida em sociedade, sua moral e sua ética. A realidade do moderno não dá o direito de cada um fazer o que bem entender; vivemos numa comunidade onde seu direito termina onde começa o meu. Essa comunidade tem suas normas, seus códigos, seus costumes de gerenciar a vida. Dentro de sua casa, se vive sozinho, a norma pode ser você e faça o que sentir que deve fazer às portas fechadas.
Temos o direito de estar à vontade, mas no lugar e tempo certos. Precisamos distinguir as épocas da vida, o profano, o sagrado, o trabalho, a festa, o lazer... Pela veste facilmente temos dados e informações sobre a pessoa, porque conforme o modo de se apresentar lá estão os conceitos, a filosofia, os objetivos, a crença e os ideais. Mesmo na pobreza se pode vestir com dignidade, mostrando o conteúdo que vai em seu interior.
Temos que nos conscientizar de que não podemos usar qualquer traje em qualquer lugar e momentos. Alguns não refletem e acham que vale o que eles pensam, por isso vão em todos os lugares vestidos de qualquer modo e reclamam se não podem participar. Já vi padre agir dessa maneira, mas depois de deixar o sacerdócio, na necessidade de arrumar emprego, deixou de lado a barba, o cabelo desajeitado e o inseparável chinelo de dedo. Nada como o aperto para provar filosofias.
É assim que vemos os trajes nas igrejas. Fazer turismo em igrejas e rezar parece que é a mesma coisa, isso sem falar de trajes provocantes. Será que não vamos nos tocar? Onde estão o bom senso, o equilíbrio? Dizer que é livre, por isso anda do modo que quiser é uma bravata, porque na hora de ir ao Fórum, de procurar emprego, a situação é outra. Até o morto a gente veste dignamente. Igreja é Igreja e não parque, onde se faz piquenique.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R
EDITORA SANTUÁRIO
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