O processo de cristianização dos diversos povos precisou de muito tempo para se concretizar. Assim foi com o Principado de Kiev, que nascera no século VII e era o centro de um império que ia do Mar Negro ao Báltico, chegando até o Rio Volga. Somente no século XVII, por meio do Tratado de Pereiaslav, a Ucrânia, nome atual do antigo principado, ficaria sob a influência do império russo. A fé cristã começou a penetrar na região graças aos missionários que vinham não só de Bizâncio, mas também dos territórios vizinhos dos eslavos do Ocidente - os quais celebravam a liturgia em língua eslava, segundo o rito instaurado pelos Santos Cirilo e Metódio - e das terras do Ocidente latino.
Monumento em Kiev tendo Sto. André,Sts. Metodio e Cirilo, e Sta. Olga |
Ela havia educado o filho retamente, mas não teve a felicidade de vê-lo se converter ao Cristianismo como ela tinha feito. Seu neto Vladimir é quem lhe daria esta alegria. Em 988, Vladimir oficializou o Cristianismo como religião do Principado de Kiev. Além de se tornar cristão, veio a ser canonizado pela Igreja. (**)
Olga rezava dia e noite pela conversão do filho e dos súditos. Ao terminar a regência, segundo as leis da época, se retirou para suas atividades privadas, dando continuidade às obras de seu apostolado. Construiu algumas igrejas, inclusive uma dedicada à Santa Sofia, em Kiev.
A santa princesa viveu piamente e faleceu em 11 de julho de 969. Ela havia ordenado que à sua morte os últimos ritos sobre seu corpo fossem os Sacramentos e a bênçãos da Santa Igreja.
Dela escreveu seu biógrafo: "Antes do Batismo, a sua vida foi manchada por fraquezas e pecados, crueldade e sensualidade; entretanto, tornou-se Santa não tanto pelo seu próprio mérito, mas por um plano especial de Deus para o povo russo".
O seu neto, Vladimir, e os novos convertidos experimentaram a beleza da liturgia e da vida religiosa da Igreja de Constantinopla. Havia a Igreja do Oriente e a do Ocidente; cada uma delas se desenvolvera segundo tradições, disciplinas e litúrgicas próprias, mas subsistia a plena comunhão entre o Oriente e o Ocidente, entre Roma e Constantinopla, que mantinham relações recíprocas. E foi a Igreja indivisa do Oriente e do Ocidente que recebeu e ajudou a Igreja de Kiev.
O príncipe Vladimir deu-se conta de que havia esta unidade da Igreja e da Europa, e por isso manteve relações não só com Constantinopla, mas também com o Ocidente e com Roma, cujo Bispo era reconhecido como aquele que presidia à comunhão de toda a Igreja.
A veneração por Santa Olga começou durante o governo do seu neto Vladimir. Em 996, ele mandou transferir as relíquias da avó para a igreja que mandara construir especialmente para recebê-las. O seu culto foi confirmado pela Igreja, mantendo a festa litúrgica no mesmo dia que ocorreu seu falecimento.
Em 17 de abril de 1075, numa carta dirigida ao rei Demétrio, e à rainha sua esposa, o Papa São Gregório VII declarou o reino da Ucrânia sob a proteção de São Pedro.
Em 1240 os mongóis invadiram e destruíram Kiev completamente. Quatrocentos anos depois, o metropolita da cidade, Pedro Moghila, mandou restaurar as antigas igrejas destruídas, e as relíquias de Santa Olga foram encontradas. Mas, desde 1700 não se tem notícia sobre o paradeiro de seus despojos.
Santa Olga é celebrada no dia 11 de julho.
(*) D’Elissalde Castremont, L. Histoire de l’introduction du Christianisme sur le continent Russe et vie de Sainte Olga. Paris: Charles Douniol, 1879, p.416-417. 4 Idem, p.416.
(**) No tempo da regência de Santa Olga e do governo de seu neto São Vladimir, era plena a comunhão entre a Igreja de Constantinopla e a de Roma, “cujo Bispo era reconhecido como aquele que presidia à comunhão de toda a Igreja” (cf. Carta apostólica Euntes in mundum, de João Paulo II, por ocasião do milênio do Batismo de Rus de Kiev, n.4).
(**) No tempo da regência de Santa Olga e do governo de seu neto São Vladimir, era plena a comunhão entre a Igreja de Constantinopla e a de Roma, “cujo Bispo era reconhecido como aquele que presidia à comunhão de toda a Igreja” (cf. Carta apostólica Euntes in mundum, de João Paulo II, por ocasião do milênio do Batismo de Rus de Kiev, n.4).
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