Evangelho segundo São Lucas 6,17.20-26.
Naquele tempo, Jesus desceu do monte, na companhia dos apóstolos e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidónia.
Erguendo então os olhos para os discípulos, disse: «Bem-aventurados vós, os pobres, porque é vosso o reino de Deus.
Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem e insultarem e proscreverem o vosso nome como infame por causa do Filho do homem.
Alegrai-vos e exultai nesse dia, porque é grande no Céu a vossa recompensa. Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas.
Mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação.
Ai de vós, que agora estais saciados, porque haveis de ter fome. Ai de vós, que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar.
Ai de vós quando todos os homens vos elogiarem. Era assim que os seus antepassados tratavam os falsos profetas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Terceira dominicana,doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
Carta 102 a D. Christophe, n.º 56
Rejubilai e perseverai até ao fim.
Rejubilai e alegrai-vos, perseverai até ao fim, preferindo morrer a abandonar o lugar para onde Deus vos chamou.
Abraçai a cruz pela paciência e escondei-vos no seio de Deus com as vossas penas; fixai os olhos no Cordeiro que foi imolado por vós, e estai sempre contente com aquilo que Deus vos dá e vos destina. É assim que devemos comportar-nos, certos de que Deus nos chama e escolhe para nós aquilo que pode tornar-nos mais agradáveis a seus olhos. Deste modo, ireis de luz em luz, e as dores sofridas por Jesus crucificado serão para vós deliciosas, ao passo que os gozos e as consolações do mundo vos serão amargos. Começareis a usufruir, já nesta vida, as promessas da vida eterna, porque a principal beatitude da alma no Céu é estar fixada para sempre na vontade do Pai, experimentando assim as doçuras divinas; mas não as experimentará no Céu se não se tiver revestido delas neste mundo, onde somos peregrinos e viajantes. Quando se reveste delas, experimenta Deus pela graça nas suas dores; a sua memória enche-se do sangue do Cordeiro sem mancha; a sua inteligência abre-se à contemplação do amor inefável que Deus manifestou na sabedoria do Filho; e o amor que encontra na bondade do Espírito Santo expulsa o amor próprio e o amor das coisas criadas, levando-a a amar tão-somente a Deus.
Nada receeis, pois, mas sofrei com alegria para vos conformardes com a vontade de Deus.
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