terça-feira, 18 de maio de 2021

EVANGELHO DO DIA 18 DE MAIO

Evangelho segundo São João 17,1-11a. 
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho Te glorifique, e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste. É esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo. Eu glorifiquei-Te sobre a Terra, consumando a obra que Me encarregaste de realizar. E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo com a glória que tinha em Ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo Me deste. Eram teus e Tu Mos deste, e eles guardam a tua palavra. Agora sabem que tudo quanto Me deste vem de Ti, porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste e eles receberam-nas: reconheceram verdadeiramente que saí de Ti e acreditaram que Me enviaste. É por eles que Eu rogo; não pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu; e neles sou glorificado. Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto Eu vou para Ti». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Bernardo(1091-1153) 
Monge cisterciense,doutor da Igreja 
Sermões sobre o 
Cântico dos Cânticos,n.º27,8-10 
«Neles sou glorificado» 
«Nós viremos a ele», 
ou seja, ao homem santo, 
«e nele faremos morada» (Jo 14,23). 
E penso que o profeta não falava de outro Céu quando disse: «Tu, porém, és o Santo e habitas na glória de Israel» (Sl 22,4). E o apóstolo Paulo diz claramente: «que Cristo, pela fé, habite nos vossos corações» (Ef 3,17). Não é, pois, surpreendente que a Cristo agrade viver nesse Céu. Se para criar o céu visível Lhe bastou falar, para adquirir este teve de lutar -- e morreu para o resgatar. Foi por isso que, depois de todos os trabalhos, tendo realizado o seu desejo, Ele disse: «Este será para sempre o meu lugar de repouso, aqui habitarei, porque o escolhi» (Sl 132,14). E bem-aventurada seja aquela a quem é dito: «Anda, vem daí, ó minha bela amada!» (Cant 2,10), porei o meu trono em ti. «Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?» (Sl 42,6). Também pensas encontrar em ti um lugar para o Senhor? Que lugar há em nós que seja digno de tal glória, e bastará ela para receber Sua Majestade? Que Ele Se digne fazer cair sobre a minha alma a unção da sua misericórdia, para que também eu possa dizer: «Correrei pelo caminho dos teus mandamentos, porque deste largas ao meu coração» (Sl 119,32). E talvez eu seja capaz de mostrar em mim, se não «uma grande sala no andar de cima, mobilada e toda pronta» (Mc 14,15), para Ele comer a Páscoa com os seus discípulos, pelo menos um lugar onde Ele possa «reclinar a cabeça» (Mt 8,20). É necessário que alma cresça e se alargue para ser capaz de Deus. Ora, a sua largura é o seu amor, como diz o apóstolo Paulo: «Dilatai, também vós, o vosso coração» (2Cor 6,13). Pois, embora a alma não tenha dimensão espacial, uma vez que é espírito, a graça confere-lhe o que a sua natureza exclui. A grandeza de cada alma é, pois, a medida da sua caridade. Ainda que aquela que tem muita caridade seja grande, a que tem pouca é pequena e a que nada tem é nada. Com efeito, São Paulo afirma: «Se não tiver caridade, nada sou» (1Cor 13,3).

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