sábado, 12 de dezembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Felizes vós! Muito Felizes”!

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
No dia primeiro de novembro
, celebramos a festa de todos os santos. O calendário da Igreja do Brasil transfere esta festa para o domingo seguinte, para dar oportunidade de maior celebração. Nela celebramos todos os habitantes do Céu. É a Igreja que já goza das alegrias de viver com Deus. A própria oração da missa reza: “Deus, eterno e todo poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos”. Nem todos os santos estão no calendário da celebração anual. Nem todos os que estão no Céu foram canonizados, isto é, reconhecido santos. Nem por isso diminui sua santidade e seu poder intercessor junto de Deus. Os canonizados são aqueles que foram colocados como modelos. No Céu não há santo menor ou maior. Todos são imensamente grandes, felizes e santos juntos de Deus. Por isso, celebramos em um só dia, a glória de todos eles. No meio deles estão nossos parentes e amigos, estão os inocentes e os anônimos que não viram a luz do dia. Ninguém tem o direito de dizer que este ou aquele não pode entrar no Céu. Só Deus sabe e julga com amor e misericórdia. Vamos ter surpresas. 
O livro do Apocalipse fala de “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas que ninguém podia contar... esses vestidos de branco são os que vieram da grande tribulação. Lavaram as suas roupas no sangue do Cordeiro, Jesus Cristo”. Todos os que estão no Céu foram salvos por Jesus, até mesmo sem conhecê-lo. Podemos ter certeza que o Céu é o lugar de todos aqueles que procuram a verdade, o amor e a justiça. 
O que é um santo? Qual é o caminho que devemos fazer para chegar ao Céu, ser santo e viver esta felicidade que dura para sempre junto de Deus? Jesus foi muito claro: Santos são aqueles que têm espírito das bem-aventuranças: os pobres de espírito, os preocupados com o bem, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem paz e os perseguidos por causa da justiça. Por isso, diz Jesus: “exultai e alegrai-vos, pois grande nos céus é a vossa recompensa”. Trata-se do espírito como se vive, não tanto o quanto se faz. Em síntese podemos resumir o espírito das bem-aventuranças nestas palavras: humildade e serviço fraterno. A grande obra dos que querem se salvar está no serviço humilde, como fez Jesus na Última Ceia. A santidade não faz farol, mas acende o fogo do amor. Todos podem ser santos. 
A santidade consiste em viver o dom que recebemos de ser filhos de Deus. João diz na sua carta: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos”. O que a santidade realiza em nós? João diz também: “Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é. Todo aquele que espera nele, purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” .O jeito de ser santo é ser como Jesus é. Por isso podemos resumir nestas palavras: serviço humilde. Jesus mesmo dizia: “eu sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). A Santidade é uma conquista, mas é também um dom, como diz a leitura: “presente de amor que Deus nos deu: sermos chamados filhos de Deus”. Esta santidade nos faz semelhantes a Ele. 
(Leituras: Apocalipse 7,2-4.9-14;
1 João 3,1-3; Mateus 5,1-12)
ARTIGO REDIGIDO EPUBLICADO
EM NOVEMBRO DE 2002

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