Evangelho segundo São Lucas 21,20-28.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias, porque haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações, e Jerusalém será calcada pelos pagãos, até que aos pagãos chegue a sua hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima».
Tradução litúrgica da Bíblia
Catecismo da Igreja Católica§§668-671
Cristo voltará na sua glória
«Cristo morreu e voltou à vida para ser Senhor dos mortos e dos vivos» (Rom 14,9).
A ascensão de Cristo aos Céus significa a sua participação, na sua humanidade, do poder e da autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: Ele possui todo o poder nos Céus e na Terra. Está «acima de todo o principado, poder, virtude e soberania», porque o Pai «tudo submeteu a seus pés» (Ef 1,20-22). Cristo é o Senhor do cosmos e da história. Nele, a história do homem e até a criação inteira encontram a sua «recapitulação» (Ef 1,10), o seu acabamento transcendente.
Como Senhor, Cristo é também a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Elevado aos Céus e glorificado, tendo assim cumprido plenamente a sua missão, continua na Terra por meio da Igreja. A redenção é a fonte da autoridade que, em virtude do Espírito Santo, Cristo exerce sobre a Igreja. «A Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério», «gérmen e principio deste mesmo Reino na Terra» (LG 35).
Depois da ascensão, o desígnio de Deus entrou na sua consumação. Estamos já na «última hora» (1 Jo 2,18). [...]
Já presente na sua Igreja, o Reino de Cristo, contudo, ainda não está acabado «em poder e glória» (Lc 21,27) pela vinda do Rei à Terra. Este Reino ainda é atacado pelos poderes do mal, embora estes já tenham sido potencialmente vencidos pela Páscoa de Cristo. Até que tudo Lhe tenha sido submetido, «enquanto não se estabelecem os novos Céus e a nova Terra, em que habita a justiça, a Igreja peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que pertencem à presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e vive no meio das criaturas que gemem e sofrem as dores do parto, esperando a manifestação dos filhos de Deus» (LG 48). Por este motivo, os cristãos oram, sobretudo na Eucaristia, para que se apresse o regresso de Cristo, dizendo-Lhe: «Vinde, Senhor Jesus!» (cf 1Cor 16,22; Ap 22,17.20).
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